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O Violino Amaldiçoado

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O Violino Amaldiçoado-[C]

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Em uma pequena vila cercada por florestas escuras no interior do Brasil, havia uma lenda que todos conheciam, mas poucos ousavam contar. Era a história do violino amaldiçoado, um instrumento antigo que, segundo os mais velhos, carregava uma maldição tão antiga quanto a própria terra.

Tudo começou há mais de um século, quando um violinista chamado Gabriel chegou à vila. Ele era um forasteiro, com olhos fundos e um sorriso que nunca parecia sincero. Gabriel encantava a todos com sua música; as notas de seu violino eram tão belas que pareciam hipnotizar quem as ouvia. Mas havia algo de errado. Após cada apresentação, alguém na vila desaparecia sem deixar rastros. Primeiro, foi uma criança. Depois, um ferreiro. E, por fim, a jovem filha do prefeito.

Os aldeões começaram a suspeitar de Gabriel. Uma noite, uma multidão enfurecida o confrontou. Ele não negou as acusações, apenas riu, erguendo o violino como se fosse uma arma. "Este violino toca a alma", disse ele, antes de começar a tocar uma melodia tão dissonante que fez os ouvintes caírem de joelhos, com sangue escorrendo dos ouvidos. Antes que pudessem de tê-lo, Gabriel fugiu para a floresta, e o violino nunca mais foi visto... até agora.

Cem anos depois, Clara, uma jovem musicista de São Paulo, encontrou o violino em uma loja de antiguidades. O dono, um homem encurvado com olhos nervosos, parecia ansioso para se livrar do instrumento. "Leve por um real, mas não me culpe pelo que vier depois", ele murmurou. Clara, fascinada pela madeira envernizada e pelas cordas gastas, mas ainda intactas, ignorou o aviso. Ela comprou o violino e o levou para casa.

Na primeira noite, Clara decidiu testá-lo. Assim que a primeira nota ecoou, o ar no quarto ficou pesado, como se uma presença invisível tivesse entrado. As luzes piscaram, e um frio cortante envolveu o ambiente. A melodia que Clara tocava não era sua; suas mãos pareciam guiadas por outra força, produzindo uma música que era ao mesmo tempo bela e aterrorizante. Quando terminou, exausta, ela ouviu um sussurro vindo do violino: "Continue tocando... ou morra."

Clara tentou ignorar, mas o violino não a deixava em paz. À noite, ele emitia sons por conta própria, notas agudas que pareciam gritos. Objetos em sua casa começaram a se mover sozinhos, e sombras dançavam nas paredes, sempre acompanhadas por aquela melodia infernal. Ela tentou se livrar do violino, jogando-o no lixo, queimando-o, até afundando-o em um rio. Mas, toda manhã, ele estava de volta em sua mesa, intocado, com as cordas vibrando levemente, como se zombasse dela.

Desesperada, Clara pesquisou a história do violino e descobriu a lenda de Gabriel. Um velho manuscrito encontrado em uma biblioteca revelou que Gabriel havia feito um pacto com uma entidade sombria na floresta, oferecendo sua alma e a de outros em troca de um talento sobrenatural. O violino era o recipiente dessa maldição, e quem o tocasse se tornava seu novo servo, condenado a alimentar a entidade com mais vítimas.

Clara decidiu enfrentar a maldição. Ela viajou até a vila onde a lenda começou, carregando o violino. Lá, encontrou uma descendente de uma das vítimas de Gabriel, uma idosa chamada Dona Inês, que conhecia rituais antigos. Inês alertou que o violino só poderia ser destruído se fosse tocado em um círculo de sal e ervas sagradas, sob a luz da lua cheia, enquanto alguém recitava uma prece para banir a entidade.

Na noite marcada, Clara começou a tocar no centro do círculo, com Inês entoando a prece. O violino resistiu, as cordas cortando os dedos de Clara, que sangravam abundantemente. A melodia se tornava cada vez mais caótica, e sombras começaram a surgir da floresta, com olhos brilhantes e formas disformes. A entidade estava furiosa. Clara sentiu seu corpo enfraquecer, como se sua própria vida estivesse sendo sugada pelo violino. Mas, com um último esforço, ela tocou a nota final, e Inês completou o ritual.

Um grito sobrenatural ecoou pela floresta, e o violino explodiu em chamas, reduzindo-se a cinzas. As sombras desapareceram, e o silêncio voltou. Clara caiu de joelhos, viva, mas marcada para sempre.

Anos depois, Clara nunca mais tocou um instrumento. Ela dizia que, às vezes, ainda ouvia notas distantes na escuridão, como se a maldição nunca tivesse partido completamente. E, na vila, os moradores juram que, em noites de lua cheia, a floresta ainda canta uma melodia suave... e mortal.

Fim.

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