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╰─ · :rat: · ❝ Introdução ❞
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➢ 。Se não somos fãs de uma utopia/distopia, conhecemos alguém que adora o subgênero. Todo mundo já curtiu — ou deveria desfrutar ao menos uma vez na vida — obras como 1984 (George Orwell), irável Mundo Novo (Aldous Huxley) e Jogos Vorazes (Suzanne Collins). A ideia e a comparação de tais histórias com a sociedade atual sempre chamam a atenção, assim como experimentos sociais. Por isso, apresento a vocês o Universo 25.
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╰─ · :rat: · ❝ O que foi? ❞
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➢ 。A utopia dos ratos foi um experimento realizado pelo etólogo americano John B. Calhoun na década de 1960, para exemplificar como a superpopulação das áreas urbanas poderia contribuir para o colapso da humanidade. O que no início parecia um paraíso de ratos logo se tornou uma superlotação desenfreada e um colapso social.
O primeiro experimento foi feito em uma fazenda de Rockville. John construiu um cercado com capacidade para abrigar até 5 mil ratos. Após 2 anos, a população não chegou nem a 200. Sem entender a falta de evolução no experimento, ele refez o estudo 24 vezes.
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╰─ · :rat: · ❝ Do experimento ao colapso ❞
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➢ 。Em 1954, John refez o experimento pela 25ª vez. Agora ele queria observar como os roedores se comportariam em um ambiente com comida, água, temperatura e abrigo em abundância, sem predadores ou doenças. Este ambiente fechado foi chamado de "Universo 25" — nome dado devido à quantidade de vezes que tentou realizar o experimento.
John equipou o espaço com 256 abrigos e 16 cavaletes, capaz de abrigar até 2.200 animais. Nos próximos 104 dias, os roedores se ajustaram ao habitat e construíram seus ninhos, enquanto a quantidade de ratos dobrava.
Em 315 dias de experimento, a utopia já havia se tornado um pequeno inferno, com uma população de 620 ratos. Os chamados "ratos ômega" pararam de acasalar depois de serem rejeitados pelas fêmeas e, então, se afastaram dos grupos maiores. Dormiam isolados e, às vezes, brigavam entre si.
Os "machos dominantes" adotaram um comportamento agressivo, atacando ou provocando sem nenhum motivo aparente. Alguns desenvolveram comportamentos homossexuais, pansexuais ou hipersexuais, enquanto outros formaram grupos que atacavam fêmeas e estupravam qualquer rato, independente do sexo.
Depois que os machos abandonaram seus papéis, as fêmeas aram a cuidar dos seus ninhos de forma agressiva e, muitas vezes, atacavam os próprios filhotes.
Em 560 dias, John decretou que a colônia estava em "fase de morte".
Os ratos jovens cresceram em um ambiente sem exemplos de comportamento, sem paternidade ou maternidade, sem instrução para acasalar ou marcar território. Logo, eles apenas comiam e bebiam. Sem um propósito de vida, eles foram os responsáveis por encerrar o experimento...
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╰─ · :rat: · ❝ Conclusão e crítica ❞
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➢ 。A pesquisa foi publicada na edição de 1962, e a conclusão do cientista foi que, quando todo o senso de necessidade é tirado do indivíduo, a vida perde o propósito, já que não há mais apoio em coisas básicas como água, conforto, comida e moradia.
Claro que o estudo foi criticado, pois, apesar de ser fascinante, o experimento tem limitações. Comparar diretamente ratos e humanos é problemático, já que nossas estruturas culturais, cognitivas e emocionais são muito mais complexas. Contudo, o experimento de John entrou para os "Quarenta Estudos que Mudaram a Psicologia".
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➢ 。Em suma
O Universo 25 foi um experimento social conduzido pelo etólogo americano John B. Calhoun na década de 1960, que ficou conhecido como "a utopia dos ratos". O objetivo era estudar os efeitos da superpopulação em espécies sociais, usando ratos como modelo.
➜ O experimento:
Calhoun criou um ambiente ideal para os ratos: comida, água, temperatura e abrigo em abundância, sem predadores ou doenças. Este ambiente fechado foi chamado de "Universo 25".
➜ O que aconteceu:
Inicialmente, os ratos prosperaram, reproduzindo-se rapidamente. Com o tempo, surgiram comportamentos estranhos e disfuncionais:
Agressividade extrema: machos atacavam uns aos outros sem motivo.
Isolamento: alguns indivíduos se isolavam completamente, parando de interagir.
"Bonitos": um grupo de ratos que só comia, limpava-se e evitava qualquer interação, especialmente a reprodução.
Negligência materna: mães abandonavam ou até atacavam suas crias.
➜ O colapso:
Apesar de ainda haver recursos, a sociedade dos ratos entrou em colapso total. As taxas de natalidade caíram até zerarem, e a população eventualmente foi extinta.
➜ O significado:
Calhoun sugeriu que o Universo 25 era uma metáfora para o futuro da humanidade, alertando sobre os riscos da superpopulação, do colapso das estruturas sociais e da perda de propósito nas sociedades altamente artificiais.
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