O que DIABOS é criptografia?

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Criptografia está entre as palavras mais comuns da internet, mas qual é o aspecto técnico por trás dela? Não pretendo realizar uma tarefa impossível, como explicar todo o seu funcionamento em um único blog, mas sim oferecer uma visão introdutória sobre algo tão presente no nosso cotidiano. Embora seja uma introdução bastante inicial, seguirei abordando assuntos relacionados à criptografia e ao anonimato digital, claro, sempre com finalidade acadêmica. Meu objetivo é transmitir conhecimento e ajudar aqueles que desejam ter mais segurança no ambiente digital. Mas, como todo bolo de cenoura com calda de chocolate da vovó, antes precisamos ar pela etapa da receita para, só então, contemplar o resultado final.

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A necessidade de preservar a integridade de um dado existe desde muito antes do surgimento da internet e da democratização do seu o. Um dos processos mais antigos de encriptação foi desenvolvido por ninguém menos que o maior líder político de seu tempo (sim, vou puxar o saco mesmo): Júlio César. Ele aplicava a seguinte metodologia para evitar que, mesmo interceptadas, suas ordens não fossem compreendidas pelos inimigos: imagine que a palavra seja “batata”. A rotação (ou desvio), por padrão, é de 3 posições no alfabeto, mas você pode aplicar o valor que desejar. Veja: ao escolher a palavra “batata”, precisamos destrinchá-la em caracteres. B ará a ser equivalente a E (devido ao desvio de 3 na ordem), A a D, T a W, e assim sucessivamente, até que todo o significado original da mensagem seja ocultado. Esse processo garantia que aquele que detinha o conhecimento necessário para decifrar a mensagem a recebesse sem possibilidade de adulteração ou risco de o plano ser comprometido por causa de uma interceptação. Pode parecer simples, mas não existe nada melhor do que algo simples e eficiente, certo?

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A evolução da tecnologia ampliou o leque de opções para preservar a integridade dos dados. Uma delas é o hashing, um processo que transforma qualquer dado em uma sequência fixa de caracteres. Pense nisso como uma forma de atribuir um valor único, imutável e com transformação irreversível a uma informação como uma senha, por exemplo. Hashing não é um modelo de criptografia, sua única função é mascarar um dado. Caso seja necessário usar esse dado repetidas vezes, como no caso de uma senha, o resultado da função de hashing sempre será comparado com o valor armazenado inicialmente no banco de dados do sistema. Se os dois forem iguais, o o será validado. Se o hash omite a informação original, por que DIABOS ele não pode ser classificado como um modelo de criptografia? Lembre-se da cifra de César, em que existia um emissor e um receptor da mensagem (codificação e decodificação). Isso contrasta diretamente com uma das principais características do hash: a impossibilidade de reverter o processo e recuperar a mensagem original, ele é unidirecional. O hash é, na verdade, um complemento ao processo de criptografia, o qual se divide em dois tipos: Simétrico – é um esquema de criptografia no qual os processos de criptografia e descriptografia são realizados pela mesma chave criptográfica. É um modelo que, particularmente, considero problemático.

Assimétrico – diferente do esquema simétrico, o assimétrico utiliza duas chaves: uma privada e outra pública. Enquanto a chave pública é responsável por aplicar a criptografia, a chave privada é utilizada para a descriptografia, revelando o dado original e garantindo que apenas quem possui essa chave tenha o ao conteúdo.

O processo, em conjunto, funciona da seguinte forma: primeiro, é atribuído um valor único ao dado por meio de uma função hash. Em seguida, aplica o modelo de criptografia escolhido para encriptar esse valor, resultando no que se chama de digital. Quando o dado chega ao receptor, presumindo que o modelo utilizado seja o assimétrico, a chave pública do remetente será usada para a descriptografia, permitindo que o destinatário verifique a autenticidade ao decifrar o hash com a chave correspondente (chave privada é usada na encriptação somente quando se tratar de digital). Logo após, a função hash será executada novamente com o objetivo de comparar o valor original com o gerado no momento da verificação. Caso os valores coincidam, isso indica que não houve adulteração no dado original. Esse processo de dupla camada de segurança é capaz de assegurar, com precisão, que a integridade do dado foi preservada, ou seja, a criptografia funcionou.

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Você é o tipo de pessoa que gosta de quebra-cabeças? De informações escondidas que precisam ser descobertas? A técnica chamada esteganografia consiste na ocultação de um dado dentro de uma imagem ou áudio que, aparentemente, é inofensivo. O mais interessante aqui é a possibilidade de combinar essa técnica com um modelo de criptografia. Dessa forma, você poderia compartilhar mensagens dentro de uma imagem fofinha de "bom dia", de modo que somente alguém com a ferramenta e a chave corretas conseguiria á-las.

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É necessário um certo equilíbrio entre o fator humano e a criptografia. Afinal, você pode ar a ferramenta mais segura do mundo, mas ela não será tão eficiente caso sua senha seja sequencial. Ah, você acha que está tranquilo porque não é inocente a ponto de usar uma senha de 0 a 9, tipo aquelas que um véi colocaria? Talvez isso ainda não seja suficiente para te proteger num cenário de ataque cibernético. Veja bem: antes de qualquer tentativa de invasão, o responsável provavelmente tentará coletar informações sobre o alvo por meio de uma estratégia chamada engenharia social. E o que DIABOS seria isso? Basicamente, um estudo sobre todas as informações disponíveis no seu perfil: nome de parentes, cachorros, escola, aniversário etc. Tem pessoas tão expostas nas redes que é possível descobrir coisas íntimas sobre elas sem nem conhecê-las. Uma vez em posse dessas informações, o invasor pode usar softwares como o Hydra, aplicando a estratégia de força bruta que consiste em tentar várias combinações com base nessas informações, em alguns casos fazendo mais de mil tentativas (vai no esquema tentativa e erro mesmo). Agora, como dificultar o trabalho do maluco que quer invadir sua conta? Simples: crie senhas longas, misture letras maiúsculas e minúsculas, adicione números e caracteres especiais, e principalmente, mantenha a verificação em duas etapas sempre ativa.

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𝐈͟𝐈͟. ℂ𝗈𝗇𝖼𝗅𝗎𝗌ã𝗈 ᥀ ❿̸〾⿴̸㊝⃞!

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Acredito que o blog tenha sido elucidativo o suficiente para ar uma visão inicial sobre o assunto. Pretendo continuar explorando esse tema no próximo post, dessa vez mostrando até mesmo algumas ferramentas. Enfim, os de verdade vão me presentear com 10 toneladas de Cebolitos. :nail_care: 🏻