brota,
conforme se avança em idade,
uma predisposição a ligar o foda-se
ao que não lhe diz respeito
com mais facilidade.
seja
a militância chata por não sei o
quê,
a bandeira hasteada
que, entre aspas, lhe representa,
as picuinhas dos outros,
os melindres dos outros.
seja
a nóia de conseguir despertar o
interesse da loira, ou da morena,
contaminada de modernidade, vaidade.
ou
o prestígio num grupo de lesados
que tu chama de amigos,
que não lhe apreciam pelo que tu é,
e que se autodestroem, cada qual em seus vícios.
entenda:
o que lhe é essencial
está em estado cru.
é
sua bagagem, sua cruz, seu caixão.
coloque rédeas no autoengano
de que é especial.
e quanto ao tempo...
enquanto tu está aí,
preso a tramas cíclicas, desgastantes e involutivas,
ele só faz ar.
não faz nada por ninguém.
tu que desperte, tu que lute, tu que corra.
enquanto há tempo.
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