Os poderes mágicos dos gatos

O poderes mágicos dos gatos

Gatos são seres incríveis, há milênios considera-se que tem poderes mágicos. Domesticados, mas jamais submissos aos seres humanos, são capazes de transmutar energias e tem uma conexão espiritual conosco.

Sempre repito a seguinte frase: uma pessoa só saberá como é maravilhoso ter um gato quando tiver o próprio gato. Ao contrário do que se pensa, os gatos se apegam aos humanos tanto quanto os cães, ainda que de formas diferentes. Naturalmente, são mais independentes, porém são extremamente carinhosos e podem ser bastante carentes, pedindo colo e atenção – mesmo nos momentos mais inconvenientes. No entanto, o comportamento dos gatos tem nuances que apontam para as habilidades únicas, e até misteriosas, ou talvez poderes mágicos.

No Egito

As primeiras evidências de que gatos já eram vistos como seres especiais e com poderes mágicos vem do Egito Antigo. A deusa Bastet, com cara de gato e corpo de mulher, era considerada protetora dos lares, das famílias, das mulheres, das crianças e dos gatos. Era filha de Ra, o Deus Sol, e por isso está relacionada ao olho de rah, o olho que tudo vê. Assim, acreditava-se que os gatos podiam ver coisas que os humanos não são capazes de enxergar. Como os egípcios atribuíam as divindades a coisas do dia-a-dia, os gatos tinham uma posição muito importante.

Acreditava-se que os gatos eram a reincarnação da deusa, e por isso eram venerados. Eram cobertos de joias e ouro, podiam subir nas mesas e comer dos pratos de seus tutores, e quando morriam, eram mumificados e enterrados em locais especiais. Se alguém fizesse mal a um gato, o castigo seria a pena de morte. São várias as estátuas de gatos encontradas entre os artefatos dos faraós, e dizem que eram colocadas na portas das casas como sinal de proteção.

A partir do Egito e da ascenção do império Romano, os gatos se espalharam pelo mundo, viajando nos navios como companheiros úteis, pois controlavam os ratos. Assim, foram se estabelecendo em todos os cantos do planeta.

Na Idade Média

Gatos e mulheres sempre tiveram uma ligação especial. Vide o fato de que a deusa Bastet era mulher, e não homem. Durante o período do Império Romano, os gatos continuaram a estar associados a cultos e poderes mágicos. Quando o cristianismo ou a imperar no mundo ocidental, tais cultos aram a ser classificados de pagãos, e teve início a fase mais negra da história dos felinos entre os humanos.

Na alta Idade Média, período do feudalismo e o começo das Cruzadas, o papa Benedito VIII executou a primeira mulher considerada herege, no ano de 1022. A acusação? Curandeirismo e bruxaria. E o que elas faziam? Trabalhavam com curas naturais e eram sábias, conselheiras, altamente sensíveis, como nós sabemos que somos. Faziam coisas que a racionalidade não conseguia explicar. Um crime inafiançável numa sociedade dominada por homens.

Acreditava-se que as bruxas viravam gatos, pois eram a personificação do demônio. Isso acabou criando um problema grave para os gatos, especialmente os pretos. Em 1233, o Papa Gregório IX editou uma bula papal chamada Vox in Rama, condenando o que ele chamou de a “heresia do Luciferianismo”. No documento, ele descrevia o culto pagão em detalhes, que incluiam a participação de um gato preto. Aliás, essa bula papal foi o estopim definitivo da segunda fase da Inquisição, que duraria por mais 600 anos, e faria incontáveis vítimas humanas e felinas.

Então, partir desse momento, os gatos pretos aram a ser perseguidos e mortos, e disso surgiram várias superstições, como a que diz que cruzar com um gato preto dá azar. Essa e outras histórias estão na parede do It Pet Shop, na nossa linha do tempo cheia de informações interessantes. O fato é que os gatos e as mulheres vem mostrando seus poderes mágicos há milênios, e isso assusta uns e outros.

Algumas explicações científicas

Os gatos podem ver e ouvir coisas que os humanos não conseguem. A retina dos olhos tem fotoreceptores de dois tipos, os cones e os bastonetes. Os cones são responsáveis pela percepção das cores e visão diurna, e os bastonetes pela visão noturna, com pouca luz. Os gatos tem muito mais bastonetes do que nós, e tem também uma estrutura chamada de tapetum, que reflete quantidades mínimas de luz. Assim, eles tem uma visão noturna muito mais aguçada que a nossa.

A audição felina pode alcançar faixas ultrassonicas de até 1 milhão de hertz, enquanto nós, humanos, alcançamos apenas 20.000 hertz. A ciência pode, sim, explicar porque os gatos reagem a coisas que nós não percebemos, mas a explicação pode ser muito mais voltada para o campo espiritual e energético do que os céticos insistem em acreditar. Dizem que quando os gatos pulam de susto, correm em direção a coisas inexplicadas e ficam olhando para o vazio, estão vendo espíritos e coisas que não vemos.

Um médico geriatra do hospital ficou fascinado, e resolveu submeter um artigo científico ao prestigioso New England Journal of Medicine. O artigo tentava explicar o comportamento do gato levantando hipóteses de que ele estaria sentindo o cheiro de substâncias exaladas pelo corpo humano perto da morte, que poderia estar percebendo a falta de movimento dos pacientes, e até que ele estaria reagindo a um comportamento da equipe, que se preparava para a partida dos pacientes terminais. No entanto, se Oscar ia para o quarto de um dado paciente antes mesmo que a equipe percebesse qualquer coisa, e isso sim alertava os residentes, essa explicação não faz sentido. É intuição felina, percepção altamente aguçada, poderes mágicos…

Meu gato preto

O ano era 2016. Em plena feira Pet South America, em São Paulo. Tinha sido um dia cansativo e pesado, um daqueles dias que deixam a gente em estado de esgotamento geral. Cheguei em casa tarde da noite, e sentei na mesa da cozinha para comer alguma coisa antes de desmaiar na cama. Eu estava com os cotovelos apoiados na mesa e a cabeça nas mãos, esperando o microondas apitar com a comida quentinha que meu filho tinha deixado separada pra mim.

Mingau, meu gato preto, que nunca foi de ficar circulando pela bancada da cozinha, veio rápido na minha direção, entrou entre os meus braços e começou a roçar o focinho, depois o corpo todo e a cauda no meu rosto, nos meus braços, no meu corpo, e em cada pedacinho de mim que ele conseguisse alcançar. Ficou para lá e para cá, se enrolando, e perdi a noção do tempo. Ele me transportou para uma outra dimensão, me senti flutuando, leve, como se todo o peso que eu estava carregando fosse levantado dos meus ombros, da minha alma.

O microondas tocou, e eu nem percebi. Fiquei ali na sessão limpeza o tempo que o Mingau quis, retribuindo com os meus dedos os carinhos gostosos e que tiveram um efeito que eu nunca tinha sentido. Que coisa incrível! Quando terminou, eu era outra pessoa. Foi a primeira vez que eu senti na pele os poderes mágicos dos gatos.

Perdas que contam histórias

Um coisa eu digo sempre para os meus clientes, quando falamos de problemas emocionais dos pets, que identificamos como problemas que refletem o que os tutores estão ando. Quando nos deixamos levar pelos problemas, nossos pets absorvem a energia e ficam doentes. Principalmente os gatos. Não consigo deixar de pensar que foi uma carga de problemas que levou dois dos meus gatos, entre janeiro e fevereiro de 2020. Primeiro Pudim, e em seguida Pretinha, uma persa resgatada. Esse foi um momento de grandes mudanças e adaptações na minha vida, e as energias estavam muito pesadas. O interessante dos dois casos é que foram coisas que aconteceram de repente. Pudim ficou doente, uma doença estranhamente agressiva e rápida. Pretinha simplesmente morreu.

Em 2018 eu já tinha tido uma papós a morte da minha sogra, minha gata Emma também morreu. Ela foi meu primeiro gato, tinha uma ligação muito forte com o meu marido, e o que aconteceu com ela também foi de repente. Sim, sabemos que os gatos só mostram sintomas quando as coisas estão bem avançadas. Porém, ainda assim foi de repente demais. Eu acredito que ela pegou toda aquela dor imensa da perda da minha sogra, transmutou e levou com ela. Poderes mágicos, sem dúvida.Gatos absorvem as energias de seus humanos

É possível mesmo que as doenças dos gatos estejam diretamente relacionadas aos problemas de seus se tutores. De acordo com a medicina chinesa, cada órgão está relacionado a uma emoção diferente. O coração relaciona-se à alegria, o baço ao pensamento e preocupação, o pulmão à tristeza, o fígado à raiva e o rim ao medo.

Gatos com problemas de fígado podem, portanto, ter tutores que tem problemas de raiva em relação a alguém ou algo. Gatos com problemas renais podem ter tutores com medos e fobias. Depressão também influenciaria no fígado e rins. Se os gatos absorvem as energias dos humanos, não é difícil acreditar que essa seja a origem dessas doenças. Por isso eu digo que nós devemos aprender a lidar com as nossas emoções antes que isso atinja os nossos queridos pets.

Uma última história

Certa vez, ouvi a seguinte história de uma amiga. Ela mora numa vila tranquila no meio de São Paulo. Na casa vizinha à dela, uma moradora havia morrido de câncer. Algum tempo depois, um casal com uma gata de 8 anos se mudou para a mesma casa. No dia em que eles chegaram, a gata, que era perfeitamente saudável, andou por todo o perímetro da casa, ando por todas as paredes e todos os cantinhos. Alguns dias depois, a gata simplesmente morreu. Como a minha Pretinha. A nova moradora ficou inconsolável, mas minha amiga disse a ela, “fique feliz, sua gata limpou e abençoou a sua nova casa.” Algum tempo depois, a moça criou coragem e adotou outro gatinho, que agora vive feliz com eles.

Poderíamos contar milhares de outras histórias incríveis sobre gatos e seus poderes mágicos. O fato é que ter um gato como pet é uma coisa incrível, e todos os dias você aprenderá algo novo com o seu felino.

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