Última Resistência: Sangue e Traição
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[C]Capítulo 1: A Batalha em Lysoria
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Capítulo 1: A Batalha em Lysoria
A cidade de Lysoria estava morta, mas entre as ruínas ainda pulsavam corações — feridos, exaustos… e prestes a se partir.
Elias caminhava à frente, a espada embainhada trêmula em sua mão. O peso da busca pela irmã desaparecida quase o fazia ceder. Maya vinha logo atrás, silenciosa, mexendo nos detonadores, enquanto Dante inspecionava a rua com sua carabina.
O céu cinzento parecia desabar sobre eles quando o grito gutural rasgou o ar.
— "Eles estão vindo..." — Dante murmurou, mirando os vultos deformados que se aproximavam entre os escombros.
Elias respirou fundo, erguendo a espada.
— "Não vamos recuar."
Maya assentiu, mas desviou o olhar rapidamente.
Dante subiu no ônibus tombado e, com a frieza de sempre, preparou a mira.
— "Se eu não voltar... terminem por mim."
Elias esboçou um sorriso cansado:
— "Ninguém vai cair hoje."
Os mutantes avançaram, grotescos e famintos. Elias correu ao encontro do primeiro, gritando:
— "Por minha irmã!"
Enquanto Maya atraiu o segundo para o beco, posicionando o explosivo com mãos trêmulas:
— "Por... por todos nós."
Ela apertou o detonador, mas... nada aconteceu.
Ela franziu o cenho, tentando de novo. O mutante se aproximava rapidamente.
De cima do ônibus, Dante gritou:
— "Maya! Sai daí!"
Mas ela não se mexeu. Em vez disso, tirou um pequeno dispositivo do bolso — o verdadeiro detonador — e o apertou, não no beco… mas na base do ônibus onde Dante estava.
A explosão foi brutal, lançando Dante ao chão, cercado pelos destroços.
Elias, atordoado, se virou:
— "O QUÊ?!"
Maya o encarou, olhos cheios de lágrimas, mas firmes.
— "Desculpa, Elias… Eles me prometeram que trariam minha família de volta."
Elias cambaleou, sentindo o chão sumir sob seus pés.
— "O que você... fez?!"
O mutante que Maya havia atraído se virou para Elias, mas ela nem se mexeu. Deixou que asse por ela, como se já não tivesse mais nada a temer.
Elias desviou do ataque e golpeou a criatura, gritando:
— "Você os vendeu! Vendeu a todos nós!"
Maya chorava enquanto recuava, o detonador ainda na mão.
— "Eu... eu só queria uma chance… de não morrer aqui… sozinha."
Do meio dos escombros, Dante tossiu sangue, tentando se levantar.
— "Maya… não…"
Antes que pudesse dizer mais, outro mutante investiu sobre ele.
Elias correu e o salvou no último segundo, cravando a espada no peito da criatura.
Virou-se para Maya, mas ela já estava sumindo entre as ruínas, a silhueta engolida pela névoa tóxica.
O silêncio foi sepulcral.
Dante, com dificuldade, perguntou:
— "Por… que…?"
Elias apertou os punhos com tanta força que as unhas feriram a própria pele.
— "Traição."
Ele olhou para o horizonte, o céu avermelhado, e sussurrou:
— "Ainda não acabou..."
E ajudou Dante a se levantar, enquanto a névoa escondia o eco dos os de Maya… e a certeza de que, naquela guerra, os inimigos nem sempre eram monstros.
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Capítulo 2: O Nascimento de um Monstro
Meses se aram desde a traição.
A cidade de Lysoria, antes apenas ruínas, agora era um império de horror. No centro, erguido sobre as carcaças de prédios e veículos corroídos, uma nova fortaleza surgia — feita de aço retorcido e concreto ensanguentado.
No trono improvisado, com olhos frios como a própria névoa que a escondeu, estava Maya.
Já não era a mesma. O rosto, antes marcado pela culpa, agora carregava cicatrizes e uma expressão impenetrável. Seus braços tinham marcas de injeções — experimentos com o próprio vírus mutante que ela ajudou a criar.
— "Eles me deixaram pra morrer…" — dizia, repetidamente, para si mesma e para os seguidores que reunira: um exército de humanos deformados, híbridos entre homem e mutante, que a chamavam de "A Mãe da Nova Era".
Maya não fugira… evoluíra.
Do outro lado da cidade, Elias e Dante, agora os últimos membros da resistência, observavam a fortaleza à distância.
Dante, com o braço atrofiado pela explosão, murmurou:
— "Nunca pensei… que a gente fosse lutar contra ela."
Elias apertou a espada, o olhar perdido entre as torres metálicas que rasgavam o céu envenenado.
— "Ela fez a escolha dela."
Dante assentiu, amargo:
— "E agora é nossa vez."
Enquanto isso, na fortaleza, Maya caminhava entre os mutantes, tocando-os com uma estranha reverência, como se fossem filhos.
— "Eles vão vir…" — disse, com um meio sorriso. — "E quando vierem… vão entender que o mundo deles acabou."
Seus olhos, antes cheios de lágrimas, agora eram puro aço.
E assim, sob o céu vermelho de Lysoria, o confronto final se desenhava: amigos que viraram inimigos, sobreviventes que viraram monstros…
E a certeza de que, nesta guerra, não haveria heróis.
Apenas… o último a permanecer de pé.
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Capítulo 3: O Fim da Fraternidade
A fortaleza de aço e carne pulsava como um organismo vivo, com os gritos dos híbridos ecoando entre as paredes de metal enferrujado.
Elias e Dante se aproximaram silenciosos, os rostos marcados por cicatrizes físicas e emocionais.
— "Tem certeza disso?" — perguntou Dante, a mão trêmula segurando a carabina.
Elias não respondeu de imediato. Apenas ergueu a espada, agora mais lascada do que afiada.
— "Ela não nos deu escolha."
Eles invadiram a fortaleza, eliminando híbridos pelo caminho, mas o exército parecia infinito.
Até que, no centro do salão principal, onde uma antiga escultura de pedra fora transformada num altar grotesco, Maya os esperava.
Vestia uma armadura de peças metálicas soldadas à pele, os olhos brilhando com uma fúria fria.
— "Demoraram…" — disse, descendo lentamente do altar, a voz mais grave, quase desumana.
Elias parou, ofegante, encarando-a.
— "Por que, Maya? Por quê?"
Ela abriu os braços, como se mostrasse a fortaleza inteira:
— "Porque aqui… eu sou livre. Aqui, não sou fraca… nem traída."
Dante apertou a arma.
— "Você traiu a gente primeiro."
Maya riu, um som seco e oco:
— "Eu sobrevivi. Vocês chamam isso de traição… mas eu chamo de evolução."
E então, como se uma corda invisível se rompesse, ela avançou, puxando duas lâminas curvadas, forjadas a partir dos ossos dos primeiros híbridos que criou.
Elias interceptou, a espada se chocando contra as lâminas dela, faíscas e sangue misturados.
— "Não precisa ser assim!" — gritou, parando um golpe rente ao pescoço.
Maya empurrou com força, os olhos arregalados:
— "Já é assim há muito tempo!"
Enquanto eles duelavam, Dante tentava flanquear, mas foi agarrado por dois híbridos e arremessado contra a parede.
— "DANTE!" — Elias gritou, distraindo-se por um segundo.
Foi o suficiente. Maya o golpeou no ombro, rasgando-lhe a carne.
Elias caiu de joelhos, a espada deslizando no chão.
Maya se aproximou, a lâmina erguida.
— "Adeus, Elias..."
Mas antes que desferisse o golpe final, Dante, sangrando e com o braço quebrado, atirou — um único disparo certeiro.
O projétil atravessou o abdômen de Maya, fazendo-a tropeçar para trás, surpresa, olhando para o sangue negro que começava a escorrer.
Elias, com dificuldade, se ergueu.
Maya caiu de costas contra o altar, olhando para o teto rachado, onde a luz cinzenta filtrava através da poeira.
Elias se aproximou, ajoelhando-se ao lado dela.
— "Maya..."
Ela virou o rosto lentamente, os olhos agora cheios de lágrimas, não de ódio.
— "Eu… só queria… não morrer sozinha… "
Elias segurou a mão dela, mesmo com o sangue escorrendo do ferimento.
— "Você nunca esteve sozinha."
Maya sorriu, fraco, fechando os olhos pela última vez.
Dante se arrastou até Elias, olhando para o corpo dela e depois para o amigo:
— "Acabou…?"
Elias olhou para os corredores escuros da fortaleza, onde os últimos híbridos se dispersavam, sem rumo, sem líder.
Ele soltou a mão fria de Maya, se levantando com dificuldade.
— "Acabou… "
E então, juntos, caminharam para fora da fortaleza, deixando para trás a mulher que um dia foi sua melhor amiga
Comments (3)
Interessante a história gostei :clap:
Obg
Responder para: ⭒𝕵𝖊𝖍⭒
Dnd :blush: