𝐑eal 𝐀lcázar
Os Alcáceres Reais de Sevilha são um complexo palaciano situado em Sevilha composto por vários edifícios de diferentes épocas. A fortificação original foi construída sobre um antigo assentamento romano, e mais tarde visigodo. Posteriormente ou a ser uma basílica paleocristã (São Vicente Mártir), onde foi enterrado São Isidoro.
Atualmente é utilizado como lugar de alojamento dos membros da Família Real ou de personalidades que visitam a cidade.
O conjunto foi declarado Património da Humanidade pela UNESCO, no ano de 1987, integrado no sítio Catedral, Alcázar e Arquivo das Índias em Sevilha.
Os Alcáceres Reais de Sevilha começaram a tomar o seu aspecto actual depois da conquista de Sevilha, em 713, pelos árabes; estes utilizaram os alcáceres como residência dos seus líderes a partir de 720. Em 884, a fortaleza contribuiu para evitar a invasão da cidade pelos viquingues.
Inicialmente, o complexo compunha-se por vários recintos, como a Casa dos Príncipes, vivendas que, no século IX iam desde a Praça do Triunfo até ao Bairro da Santa Cruz.
Um dos palácios que rodeia dois pátios é da mesma época da Alhambra de Granada. Para levar a cabo a obra, foram enviados pelo rei nasrida Maomé V importantes artesãos toledanos, granadinos, assim como locais. Foi ampliado com a construção da vivenda dos emires no século XI. Também no século XII continuaram as obras de fortificação e ampliação com estruturas como o Alcázar ou o Palácio das Bendições. Um século depois, o Califado Almóada somou mais pátios e palácios.
Afonso X, o Sábio fez as primeiras reformas criando três grandes salões góticos. Posteriormente, Pedro I o Cruel, em 1364, decidiu construir o que se converteu no primeiro palácio de um rei castelhano que não estava protegido atrás das muralhas e defesas de um castelo, atingindo, assim, o seu definitivo aspecto mudéjar que conserva na actualidade e que assombra pela sua riqueza e elegância. Neste período, ergueu-se a Capela Gótica, o apeadero, o Pátio da Montaria e os Grotescos dos jardins. O Palácio de Pedro I é considerado o mais completo exemplo da arquitectura mudéjar em Espanha.
Conserva-se, todavia, os restos do antigo palácio Islâmico como o Pátio de Gesso, de época anterior à Reconquista. As obras iniciadas por Pedro I impulsionaram a realização de mais transformações por soberanos posteriores, como os Reis Católicos; nele Carlos I celebrou a sua boda com Isabel de Portugal; num dos seus quartos nasceu, em 1848, a infanta Isabel, neta de Fernando VII. Afonso XIII, grande apaixonado pela cidade, também realizou diversas reformas.
Na actualidade, além de se poder desfrutar da sua beleza arquitectónica, os Reales Alcázares de Sevilla são utilizados, sobretudo, para realizar interessantes exposições de objectos da época árabe nos seus salões. Os seus belos jardins servem, em cada Verão, como cenário para um concerto nocturno.
Comment