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Sabão Em Pó - Autoral

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Objetos diabólicos. O que faz algo, lugar, objeto ou torna pessoas amaldiçoadas? Eventos? Ou puro misticismo, imaginação e nossa própria percepção?

Sabão Em Pó - Autoral-[Ciu]Objetos diabólicos. O que faz algo, lugar, objeto ou torna pessoas amaldiçoadas? Eventos? Ou puro

17:00

Supermercado Big Compras - Suas compras são maiores aqui.

-- É um nome extravagante de mais para um lugar onde tem esses carrinhos tão vagabundos. - Disse Carl que era acompanhado pela esposa distraída com o celular na mão.

-- A gente precisa mesmo de um carrinho? Nem vamos comprar tanta coisa.

-- Sim, vir sozinho ao supermercado, e com você andando feito lesma atrás de mim com o celular, é a mesma coisa, e eu não vou ficar carregando as coisas para você.

A loja estava cheia, nada fora do comum para um fim de tarde, num supermercado daquele tamanho, acho que o maior terror que vai ter nesta história, é o medo real de uma fila gigantesca.

-- Que vontade de morrer. - Disse Elaine. Ambos estavam parados próximos ao corredor de limpeza, refletindo sobre o tamanho da fila.

-- É, é uma senhora fila.

-- Não é isso não, olha, mais alguém morreu, essa noite, uma criança, afogada no banho.

-- Meu Deus.

-- Como os pais podem ser tão, distraídos.

-- Eeh, vamos voltar atenção às compras, já pegou o sabão? - Ele tomou o celular da mão dela, que se limitou a revirar os olhos para ele. Carl, o guardou no bolso.

-- Olha aqui, algo mais do que pessoas morrendo no banho. - Disse Elaine sorrindo. Havia uma gôndula, com três prateleiras cheias com uma única marca de sabão em pó. "Sabão" era a única coisa que vinha escrito na caixa, que era de toda, vermelha, não havia descrição, informação, ou o nome da fragrância, apenas a palavra: "Sabão" e uma numeração num canto esquerdo inferior apontando a gramatura 1,6 kg, e o preço 5,99.

-- Isso é...

- Minicreft.

- Sabão em pó.

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-- Sabão em pó. - Continuou Carl desinteressado. - Na minha época, as marcas se esforçavam mais.

-- O cheiro é bom, e está tão barato, deve ser um daqueles que são fabricados com os restos dos outros.

-- Deve ser feito com fuligem e câncer, produto genérico.

-- Mas está barato. - Dizia já com duas caixas na mão.

-- Eu não levaria isso se você vocês. - Eram surpreendidos por um funcionário, um repositor, baixinho, e pálido, com aparência cansada.

-- Este é o preço certo? Rapaz, 5,99. - Perguntou Carl.

-- Apesar de ter uma embalagem simples, ele tem um cheiro muito bom, e o tamanho é bem grande para 5,99. - Continuou Elaine.

-- Sim, o preço é este. - Respondeu o menino pegando as caixas de volta do carrinho e colocando na prateleira de novo.

-- Então, colega, a gente vai levar. - Disse Carl com uma de suas sobrancelhas em pé, ao ver o menino pegando com aquelas mãos magras e ossudas, as caixas de sabão, derrepente teve certeza, que não queria que ele o tocasse, de jeito algum, aquelas mãos pálidas.

-- Não deveriam. - Disse o menino.

Por que não? - Perguntou Elaine.

-- Elaine, não dá corda. - Sussurrou Carl.

-- Todo mundo que compra esse sabão, sofre um acidente. - Disse o rapaz, com os olhos vazios nas prateleiras.

-- Como é? - perguntaram os dois ao mesmo tempo.

-- É sim, eu mesmo contei, achei estranho, mas está acontecendo a semanas, juro para vocês, desde que isso chegou aqui. No começo parecia coincidência. Segunda-Feira, foi a Vilma Mendes, comprou o sabão, e a casa dela desmoronou tarde da noite na semana ada, enquanto dormiam.

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-- Geraldo, faxineiro daqui, usou uma caixa disso, para lavar o banheiro na terça-feira, e na quarta, caiu de uma escada, enquanto trocava uma lâmpada, ele quebrou a coluna.

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-- Na sexta foi uma professora daquela escola, o carro dela ficou igual uma lata de cerveja amassada.

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-- A mãe dela também morreu, ela literalmente saiu correndo por aí em chamas.

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Elaine: O que isso tem haver com um sabão? - Disse genuinamente confusa, olhando para cima e apertando os olhos enquanto coçava o queixo.

Carl: Vamos embora Elaine.

-- Teve um bebê que se afogou no banho, eu vi quando os pais dele vieram comprar e levaram uma caixa. - O repositor continuava com os olhos fitos na prateleira. - Odeio ter que repor isso, é como se eu estivesse contribuindo, olhem as minhas mãos.- Ele mostrou as mãos para os dois, estavam cobertas de pequenas feridas abertas.

Elaine: Aí que nojo.

Carl: Tudo bem. - Disse colocando as duas caixas no carrinho e indo embora puxando Elaine pela mão.

-- Todo mundo morre.

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Carl: É a vida, bom trabalho campeão.

Agora enquanto os dois estavam na fila do caixa, Elaine não conseguia tirar sua atenção do corredor de limpeza.

-- Não achou nenhum pouco perspicaz oque aquele menino disse?

Carl: Nenhum pouco, é um pobre clt entediado, ferrado e desesperado, viu as mãos dele? Eca. Inventando histórias. No escritório, quando tem um novato, a gente diz para ele que a empresa foi criada encima de um cemitério indígena, é engraçado, ele só queria se entreter com os clientes.

-- Ele falou da morte do bebê, e as outras, teve uma casa que caiu mesmo, na semana ada naquele outro bairro, talvez seja da tal Vilma...

-- Pelo amor de Deus, você acredita mesmo que o sabão em pó que a gente está comprando é assombrado. - Falou rindo.

-- Não disse isso poxa, mas.

-- Mas nada, "sabão em pó assassino", ele deve ter cheirado muito pó de sabão isso sim.

Por um instante Elaine olhou fascinada para o sabão que estava no carrinho, e que logo estaria na sua casa, onde eles moram. Outras pessoas talvez pensariam, ou chegariam a cogitar a respeito de um produto tão barato, e que parece ser bom, mas não estava no carrinho de mais ninguém, mas até ali, nem marido, nem mulher, levaram o fato em consideração.

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17: 49

Dirigindo de volta para casa, Carl atrás do volante, enquanto Elaine conferia a nota do que haviam comprado..

Carl: Tenho algo para dizer.

-- O que? - Perguntou pouco interessada sem tirar os olhos do papel.

-- O que acha de termos uma arma em casa?

-- Ah não, de novo isso.

-- Para proteção.

-- Proteção contra oque? Ratos? Carl, arrume um gato, ou um cachorro..

-- Não é isso, é contra pessoas, e armas são mais baratas do que gatos e cachorros.

-- Quem vai querer nos roubar? Compre uma faca, não a merda de um revólver.

-- Sabe bem oque eu penso disso, sabe oque acontece com quem usa uma faca? Leva um tiro.

18:15

Chegaram em casa, Carl entrou com parte das compras e Elaine veio em seguida, antes de entrar percebia o vento, estava ventando muito, os fios dos postes balançavam, as folhas e galhos nas árvores sacudiam.

Dentro de casa, após guardar as compras incluindo a caixa de sabão em pó encima do armário, Carl pegou um revólver e o deixou no armário a mostra, para que a esposa visse, e não disse nada, apenas foi até a mesa da cozinha, onde se serviu com uma xícara com café.

Elaine: Olha acho que vai chover hoje, está ventando mu... Não, você não comprou isso. - Disse por fim frustrada, largando o resto das compras no chão.

-- Comprei sim, eu tenho uma licença, somos um casal sem filhos, eu não vejo motivos para não ter uma, eu quero te proteger..

-- Me proteger contra o que? Maluco retardado, insignificante... armas matam pessoas, mais do que salvam.

-- Esta se referindo aos erbegs... armas não matam pessoas, pessoas matam pessoas...Veja, vamos lá, mande a arma matar alguém. Arma, mate alguém, vamos, agora mesmo, me mate.

Nesse exato momento, a caixa de sabão em pó que estava encima do armário cai e acerta o revolver que por acaso dispara acertando em cheio a cabeça de Carl, sangue e pedaços de cérebro voam por toda parte, até no rosto de Elaine... Que talvez em um estado de pânico, apenas sai boquiaberta, andando em direção à porta, tentando gritar mas sem conseguir. Talvez por causa deste pânico, não percebia oque estava acontecendo do lado de fora de sua casa. O vento, a força do vento, fazia com que os fios do poste mais próximo arrebentassem e como chicotes, serpentes vivas pela eletricidade, voltavam para a porta da casa, de forma que, Elaine abriria aporta bem a tempo de ser atingida pelos fios, resultando num, clarão, fogo, fumaça, e morte...

Fim 🧼

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Por que lavar suas roupas amanhã, se você pode lavar hoje?

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BARALHO, TU FEZ TUUDO UMA HISTÓRIA DE TERROR... COM LITERALMENTE UMA MÚSICA EM CIMA TRANSMITINDO A TENSÃO DO DRAMAAAAAAA???????????????????

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2 Reply May 02
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