Era dos homens magros, dias de luto, todos eles vindo da guerra dos emboabas
Sujeito simples, lotado com o composto, todos tão querendo felicidade ou risada?
Luto maldito, luto cabrito, luto do vivo, não devolve a minha coroa, só devolve a minha cara
A minha carne, sempre impacta o facial, pra uma nova farsa
A raiva deixou minha barba toda ruiva
A lua é um abrigo pra quem sempre uiva
Cuidado com quem não usa! Pena que só uso minha bermuda
Não! As luvas, não! Elas não protegem minhas unhas
Os dentes vão come-lás, mesmo estando sujas
Eu era mago, e não pirata. Meu nome não é Rasputin
Ou Nicolau, ah se ao menos eu fosse igual a mim...
Acho que eu me perdi, no meio de tanto cupim
Desisti! Esse é o fim, e não posso mudar o que fiz
E por favor só diga algo, pois isso daqui tá tão ruim
Chove no jardim, mas não cresceu essas plantas
E quanto mais eu tento, mais eu sinto essa cobrança
Parei com almoço, logo vi uma mudança
Os números descendo, cada dia na balança
A fome sumiu, a dor saiu, e agora sobrou essa herança
Pro meu eu do futuro, colher algumas laranjas

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