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Vida e morte

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Ꭺrisu February 15
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Vida e morte-ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ

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Algo aconteceu que você não consegue compreender, e agora tudo está se transformando, revelando um mundo muito maior do que imaginava. Em certos momentos, você se vê obrigado a explorar a profundidade da vida; em outros, decide avançar, mesmo sem saber o que isso realmente significa. Às vezes, a solidão é sua companhia, enquanto, em outras ocasiões, encontra-se cercado por pessoas que podem ser desafiadoras, mas que conseguem ajudá-lo de alguma forma. Frequentemente, existem aqueles dispostos a estender a mão e guiá-lo por essa jornada. Você possui uma inteligência que surpreende muitos, mas, ainda assim, sente-se impotente diante de situações que lhe tocam profundamente. O que realmente importa para você? A lembrança do que foi perdido aparece em momentos inesperados, fazendo com que as lágrimas venham à tona exatamente quando consegue se distrair; é um constante olhar para o ado enquanto avança. Não consegue entender por que toma certas decisões. Parecia ser a escolha certa, uma ação que ajudaria, mesmo que causasse dor. Talvez, com o tempo, encontre significado nessas experiências. Há tantas coisas novas, maravilhosas e, ao mesmo tempo, o que realmente importa permanece familiar, embora isso traga sofrimento. Existem pessoas que desejam que herde seus legados, que aceite novos desafios, ainda que pareçam absurdos para você — mas a possibilidade de transformação é algo que não pode ignorar. Uma história está chamando você, mas as palavras ainda não se formaram. Há oportunidades de recuo, mas o que ou nunca foi completamente finalizado. Você precisa criar seu próprio caminho, observar o mundo com seus próprios olhos. Lembre-se de cada detalhe em seu próprio ritmo e aprenda à medida que avança, mesmo com alguns sugerindo que se esquecer é mais gentil. A beleza efêmera é trocada pelo contentamento que construiu. Como você vive? Você tropeça, descobre, abraça memórias e as leva consigo enquanto avança. Pode não saber ao certo como vive, mas, de algum modo, continua vivendo. O tempo está a seu favor. E talvez, um dia, a ideia de sair e voltar para casa tenha um novo sentido. Quem sabe você consiga construir um lar novamente.

Nesse viés, não consigo deixar de refletir sobre "O Menino e a Garça". Posso afirmar que o filme é uma obra angustiante e, ao mesmo tempo, magnífica. Trata-se de tragédias e belezas, de esperanças e luto, sobre a família e a guerra, trazendo uma mensagem clara: "Não precisas trilhar o mesmo caminho que aqueles que te precederam". A obra é um lembrete de que a sua vivência cria um mundo tão digno da tua atenção e cuidado quanto o que habita dentro de ti. Para complementar: "Heranças imperfeitas são parte de quem somos, e essa imperfeição pode ser bela". É uma reflexão sobre a efemeridade das experiências: "Eu criei algo bonito que está se esvanecendo, e assim é a vida, mas não era belo?" Isso me leva a pensar nos universos que construímos em nosso interior, que podem ser deslumbrantes, mesmo quando nos induzem a explorar mais a fundo nossos próprios sentimentos, afastando-nos do que nos cerca. Isso me faz meditar sobre a conexão humana, sobre como o amor, embora muitas vezes repleto de falhas, permanece algo ao qual devemos nos apegar. Levanta questões como: "E se os monstros nunca quisessem ser monstros? E se as coisas pudessem perecer antes mesmo de surgir?" A mensagem é clara: não devemos temer o fogo, nem os finais, nem a desintegração do mundo ao nosso redor, a dor, o distanciamento, a reconciliação ou até mesmo a possibilidade de encontrar uma nova família e um novo amor, mesmo enquanto ainda lamentamos o que já não temos. Lembra-nos de que as coisas belas e maravilhosas chegam ao fim, mas depois podemos voltar para casa. É essencial olhar além do brilho e das superficialidades da arte comercializada e enxergar as pessoas que estão por trás dela. Encontrar indivíduos dispostos a revelar sua humanidade e fragilidade é algo raro e digno de celebração. Portanto, ao assistir ao filme, ou já tendo assistido, compreenda que ele representa Miyazaki em um momento de humildade, cansado após anos de criação de sonhos e aprendizado por meio de erros, estendendo a mão e desejando que alguém consiga fazer melhor. É um sábio que viveu todas as falhas do mundo, ando adiante suas lições, na esperança de que um dia seu legado seja superado — mas assegurando que está tudo bem se ninguém conseguir. A vida se resume a isso: cometer erros, tropeçar, mas continuar avançando e sempre estendendo a mão.

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"O Menino e a Garça" segue uma narrativa que muitos já conhecem dos filmes de Miyazaki: uma criança embarca em uma jornada por um mundo mágico e, ao mesmo tempo, ameaçador para resgatar seus entes queridos. A trajetória de Mahito se insere nessa tradição, pois ele viaja para um universo colorido visando salvar sua nova madrasta de uma torre enigmática criada por seu tio-avô. Transportado para um cenário surrealista, Mahito desperta em uma pequena ilha verde, onde se ergue um mausoléu fechado, adornado com ciprestes. Ele logo encontra pelicanos famintos, mas é resgatado por uma pescadora chamada Kiriko. Após um dia de pesca e preparação de peixes, Mahito acorda debaixo da mesa da sala de jantar de Kiriko, cercado por kokeshi — pequenas bonecas de madeira que representam as matriarcas da casa rural da família de Mahito. Ele é alertado para não tocá-las, pois as kokeshi são consideradas proteções criadas para seu amparo. Uma lenda popular associa essas bonecas a substitutos de vítimas de infanticídio, embora haja escassos registros que validem essa crença. Mesmo assim, Miyazaki emprega esse pequeno artifício, aludindo a uma lenda local de origem incerta que persiste na imaginação coletiva, semelhante ao efeito dos contos de fadas transmitidos oralmente, que se transformam a cada nova versão. A missão de Kiriko nesse mundo excêntrico é capturar peixes para alimentar os espíritos não nascidos, os adoráveis Warawara flutuantes, antes que eles possam tentar ascender ao mundo dos vivos. Contudo, sua tarefa é dificultada por um bando de pelicanos que atacam e devoram essas doces criaturas. Essa conexão dos pelicanos com a morte é uma constante nas mitologias de diversas culturas, especialmente em relação às crianças. Os pelicanos de Miyazaki refletem sobre o ciclo das gerações, enquanto cada nova leva parece perder um pouco de sua capacidade de desempenhar seus papéis. À medida que a jornada de Mahito avança, as paisagens mudam da Ilha dos Mortos para territórios mais familiares do Ghibli, revelando espaços inspirados em um dos pilares estéticos do estúdio. No clímax da história, a atmosfera da ilha mágica começa a se assemelhar a uma versão inglesa dos jardins italianos, fascinantes aos ilustradores ao longo do tempo. A Ilha da Vida surge como uma resposta irônica à opressiva presença da Ilha dos Mortos na vida e carreira de Mahito. Esse novo lugar retrata uma pequena porção de terra em meio a um oceano que lembra o sombrio mausoléu da Ilha dos Mortos, mas, agora, as figuras estão vivas e interagindo entre si. O ambiente é vibrante, repleto de vegetação exuberante, flores rosas e folhagens verdes. A ironia se torna ainda mais evidente quando o último quadro da Ilha dos Mortos se revela como uma colaboração entre pai e filho, considerando especialmente a hesitação de Hayao Miyazaki em ar adiante seu legado. Assim como o tio-avô de "O Menino e a Garça", Miyazaki parece não ter verdadeiros sucessores. As magníficas ilhas de vidro pintado do Mestre da Torre desaparecem no vazio quando Mahito, seu único descendente digno, parte para construir sua própria vida. Isso reforça a ideia central da obra, sugerindo que, assim como seu personagem, o Mestre, Miyazaki precisa aceitar que não tem herdeiros para seu legado, e que aqueles que ele desejava ver seguindo seus os podem encontrar maior realização ao trilhar seus próprios caminhos.

No ato final, quando Mahito atravessa o portal, ele vê flashes de sua vida anterior, as memórias com Natsuko e com Hisako, e sente a dor da perda misturada à esperança de um novo começo. Ele se despede de Kiriko e de Himi, prometendo que nunca esquecerá o que aprendera e que fará de tudo para proteger aqueles que ama. Ao retornar ao seu tempo, Mahito se encontra em uma nova realidade: Natsuko está ao seu lado, e ele agora tem um "irmãozinho". A vida continua, mas Mahito carrega consigo as lições aprendidas em sua jornada mágica. As experiências o fortaleceram e o tornaram mais consciente de si, ciente de que, independentemente dos desafios que surgirem, estará pronto para enfrentá-los. Com a cena final se desenrolando, Mahito olha para o céu, onde os pássaros voam, simbolizando a liberdade e a esperança. A garça, agora sua amiga, observa de longe, lembrando-o de que a jornada nunca termina, mas é repleta de oportunidades para o crescimento e o amor. Os créditos finais começam a rolar, enquanto uma trilha sonora envolvente ecoa, capturando a essência da história que foi contada: uma narrativa sobre a perda, a aceitação e a busca incessante por um lugar no mundo.

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Já vi pessoas interpretando a história de "O Menino e a Garça" de maneiras que superam a minha; embora o filme claramente trate da aceitação do fim de ciclos (como perspectivas, relações, períodos e ordens sociais), creio que também aborda a aceitação do sofrimento e a assunção de responsabilidades, em vez de buscar a saída mais fácil e ignorar a realidade. Ao final, Mahito tem a chance de moldar um mundo ideal, mas opta por reconhecer suas imperfeições e decide voltar à realidade para confrontar sua dor — não apenas a dor pessoal relacionada à sua mãe, mas também o sofrimento coletivo resultante do término da guerra. Ele percebe que não pode permanecer em meio aos escombros desse mundo em decadência e entende que, apesar da dor, é essencial viver entre os vivos, mesmo que isso signifique encarar emoções ou verdades difíceis. Essa reflexão se conecta especialmente com o contexto da Segunda Guerra Mundial e com os periquitos que seguem cegamente seu líder, podendo ser vistos sob essa mesma ótica, entre outras interpretações. Por outro lado, quando é falado sobre Himi, vulgo mãe do protagonista, ela pode ser descrita como um exemplo notável de ambos os aspectos. Ao descobrir sobre a sua morte na adolescência (em um universo paralelo), aceita o que está por vir e afirma que adoraria ser a mãe de Mahito novamente, trazendo uma nova vida e um novo começo ao seu mundo. É um pouco desconfortável, considerando a abordagem de Miyazaki sobre a mulher que sacrifica sua vida para que o homem realize seus sonhos (como em "Vidas ao Vento", que, apesar de ser um filme interessante, levanta questões complexas). Essa dinâmica, porém, aqui parece funcionar de maneira menos perturbadora, diferentemente de "A Viagem de Chihiro", em que a conexão entre o balneário, o trem e os outros elementos é clara, pois acompanhamos Chihiro em sua jornada e vemos as diferentes partes através de várias perspectivas. No entanto, decidi que, tematicamente, é adequado ignorar esse tipo de lógica nesse filme. O mundo, que existe em uma espécie de limbo temporal (as visitas de Himi e Mahito se sobrepõem), assemelha-se a um deserto aquático (no qual a água e o tempo estão entrelaçados na narrativa), com escassez de terra, civilização ou pontos de apoio confiáveis. Esse mundo está em colapso: as garças aprisionadas precisam se alimentar ou perecer, os periquitos egocêntricos carecem do conhecimento necessário para governar, e o tio-avô empilha blocos de construção (feitos de lápides e morte!) de maneira cada vez mais instável, tentando manter uma aparência de equilíbrio. Tudo está desmoronando, e esse ambiente, que se apresenta como um local em ruínas e sem uma civilização sólida, simboliza bem essa realidade decadente.

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Desde a infância, Hayao Miyazaki e o Studio Ghibli sempre tiveram um papel especial na minha vida. Sou imensamente grata pelas experiências mágicas e fantasiosas que me proporcionaram ao longo dos anos. "O Menino e a Garça" é uma jornada fascinante pelo submundo em busca de significado, tanto para o protagonista quanto, aparentemente, para o próprio Miyazaki, assim como para o espectador, que pode se sentir desorientado pela ausência de uma narrativa convencional. Ao que parece, o cineasta desenvolve suas histórias simplesmente através de storyboards, transitando de uma cena para outra sem seguir um roteiro definido. Nesse novo filme, somos levados a vivenciar um sonho, saltando de uma imagem a outra, conectando ideias soltas e sem um destino claro. É como acordar de um turbilhão psicológico, pelo qual a dor não encontra consolo na lógica. A animação e a trilha sonora são deslumbrantes, e as criaturas que habitam esse universo onírico são tanto míticas quanto cativantes. É raro encontrar animações que capturem essa essência atualmente, especialmente com temas que ecoam os clássicos de Miyazaki. Ambientado durante a Segunda Guerra Mundial, o filme aborda a busca por um espaço de escapismo infantil, um desejo de encontrar um mundo mais acolhedor em meio ao caos. Essa necessidade de fugir é intensificada pela morte da mãe de Mahito, resultando na rápida união do pai, além das constantes ausências devido ao trabalho. O mundo de fantasia que o protagonista explora é belo e ameaçador, repleto de perigos enfrentados enquanto ele procura respostas para os mistérios ligados à morte de sua mãe e ao ado de sua família. A estética apresentada é impressionante e única, exatamente o que eu esperaria de uma obra de Miyazaki. De fato, é uma das produções mais notáveis do Studio Ghibli.

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#MomentoMori

ᥤᥱຣː 𓂃 ⋆ ࣪. Capa

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É impossível voltar a vida se vc já sentiu oque é morte

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0 Reply March 19

quando o menino e a garça foi anunciado, tive uma reação ambivalente: fascinado por uma produção nova do miyazaki; aterrorizado, porque a aposentadoria com vidas ao vento era invejável. ao assistir, o que me foi perceptível: enquanto vidas ao vento foi a aceitação de que a realidade sempre impregna o sonhar do homem, o menino e a garça é uma continuação desse legado assombroso. o miyazaki ou a vida toda, semelhante à história do filme, caçando por perfeições: sua filmografia se resume a mundos esbeltos, irreais e que nos consomem, mas a malícia, causa humana, nunca deixa de existir; todas as suas histórias, todas as belezas que criou são, eventualmente, consumidas por tribulações que desafiam a própria ideia da fantasia (e por extensão, sua utilidade real)

o menino e a garça é a percepção do quão inescapável o ciclo é: cria-se, faz-se um legado, mas o fim é uma inevitabilidade. não só o fim; também a imperfeição e a malícia. as causas humanas sempre se contaminam por mágoas, por rancores, por destruições. e como uma arte que nasce de causas humanas, fruto da malícia interna, tem o direito à eternidade ou à perfeição? talvez não tenha, como qualquer outra coisa. e dessa vez o miyazaki sabe disso: tudo, enfim, se encerra. ninguém, como ele (e como o mahito com o avô), seguirá o legado, dará continuidade às produções com a mesma intensidade e fará daquele mundo ininterrupto. o mundo das produções miyazakianas há, enfim, de sucumbir aos anseios que, pra começo de conversa, levantaram-no. ainda há um amor intraduzível nisso: se somos cientes, como a mãe do mahito, de que as chamas vão nos queimar, ou, como o mahito, de que nossa torre não pode se manter de pé, e ainda assim prosseguimos, apenas há uma justificativa: vale a pena amar. vale a pena o sofrer. vale a pena se arriscar. abre-se uma porta de possibilidades sofridas para que uma nova de possibilidades frutíferas também se abra por si. tal é a realidade. as obras de miyazaki? mais uma porta que vai se fechar. talvez seja o fim do ghibli que conhecemos e também do homem mais ambicioso do estúdio, mas... ainda teremos razões para viver. se as coisas chegam ao fim, se não há mais miyazaki para apreciar, que os sentimentos que tivemos no caminho sejam justificativa suficiente para a existência deles e também para a sua... morte. os ventos se erguem...

amei o blog, arisu, como amo o filme!

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2 Reply February 16
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