<img src="https://sb.scorecardresearch.com/p?c1=2&amp;c2=22489583&amp;cv=3.6.0&amp;cj=1">

PERSEGUIDO

Author's Avatar
5
0

PERSEGUIDO-[C]

[IMG=L87]

[C]

Eu havia conseguido esse emprego há pouco tempo. Não era o melhor emprego do mundo, mas pagav

Eu havia conseguido esse emprego há pouco tempo. Não era o melhor emprego do mundo, mas pagava as minhas contas. Eu trabalhava como garçom; além de anotar os pedidos dos clientes, também ficava na minha responsabilidade arrumar as mesas, as cadeiras e fechar a loja. A lanchonete ficava aberta até tarde da noite. Demorei muito até achar alguém que me contratasse, então, não podia reclamar.

Já ava das duas da manhã quando eu finalmente havia pegado a minha mochila e partido em direção à minha casa. Eu morava a nove quarteirões do trabalho, vinte e cinco minutos de caminhada. As ruas já estavam desertas àquela hora. O céu noturno brilhava com várias estrelas e uma lua cheia. O silêncio imperava. Nem mesmo o vento uivava. A cidade já havia dormido. O único ser vivo ali era eu.

Chegando ao fim do primeiro quarteirão, tive a sensação de estar sendo observado. Olhei para os lados, mas não encontrei ninguém, nem ao menos um morador de rua. Coloquei a minha mochila para a parte da frente do corpo e continuei o meu trajeto. O silêncio me incomodava.

Na metade do trajeto, um som estridente de metal contra o concreto quebrava o silêncio e me fazia estremecer a espinha.

O que aconteceu?

O que foi aquilo?

Paralisei por um instante. Olhei à minha volta tentando achar alguém, mas eu estava só. O som parecia ter vindo de uma das casas. Senti uma pressão na cabeça. Olhei para cima; a lua, redonda e pálida como um olho sem pálpebra, estranhamente, parecia me observar. Voltei a caminhar, agora com o ritmo mais acelerado.

Segurei com força as alças da mochila. Meu pescoço ardia de tanto olhar para trás. Os postes da via pareciam me vigiar.

Chegando ao final do sexto quarteirão, como se viesse do além, escutei um sussurro agudo perto do ouvido.

— Psiiiu…

Meu coração acelerava. Me virei rapidamente tentando encontrar a origem do chamado. Meu corpo congelou ao perceber que, mais uma vez, não havia ninguém ali. Corri, atravessei o cruzamento sem olhar para os lados. Fiquei sem fôlego. Respirei com dificuldades. Senti algo tentando me agarrar pelo braço. Mas, a essa hora, continuei correndo, sem mesmo olhar para trás.

Cheguei em casa. Tranquei rapidamente o portão. A casa estava escura e vazia. Mesmo em segurança, a sensação de ser observado perdurava; minhas mãos tremiam. Entrei na sala. Coloquei a mochila em cima da mesa. Ao abri-la, o zíper gerava um fino e quase imperceptível ruído.

Lá estava ele: o celular do cliente da mesa três. Eu deveria ter avisado ao meu chefe, mas não avisei. Escondi o aparelho na mochila, como se fosse uma joia, algo de valor. Jurei a mim mesmo nunca mais fazer isso, porém, a tentação foi mais forte.

Não tenho culpa se ele havia se distraído e esquecido em cima da mesa.

A essa hora, ele já deveria estar em casa.

Pensei comigo mesmo, tentando encontrar justificativas para as minhas ações.

Segurei o telefone nas mãos. Meus olhos cansados e minha expressão tensa refletiam na tela do dispositivo. Minha mente fervilhava. Antes que eu pudesse guardar o aparelho, a tela piscou, e uma única palavra apareceu: “Devolva”.

https://www.contosdeterror.site/

Likes (5)
Comments (0)

Likes (5)

Like 5

Comment

    Community background image
    community logo

    Into Obscure Geek World? the community.

    Get Amino

    Into Obscure Geek World? the community.

    Get App