Os ossos.

Depois de tanto tempo, tudo que era bom perdeu o gosto, eu já não posso viver em paz, toda vez isso acontece, eu queria evitar mas agora eu vou ter que ar para outra pessoa.

Levantar de manhã é a rotina que eu menos gosto, pois dormindo é o único momento em que eu não sou feito de saco de humilhação para espíritos, mas já que tenho uma vida para gastar, tenho que cumprir minha rotina, não é mesmo?

Depois de arrumado saio para correr na mata que havia onde moro, prestava atenção na música que ava em meus fones ficando em ritmo a meus os, o sol ainda nem havia aparecido ainda. E ai começa as primeiras coisas ruins do dia.

A cada pausa para mudar a música ouvia como se alguém estava me seguindo, mas não liguei muito pelo costume. Olho para lado e vejo uma mulher parada na mata olhando em minha direção, desvio o olhar e continuo a correr...

Chego em casa e quando abro a porta tomo um susto com uma pessoa me olhando mas como fechei o olho por alguns segundo no impulso não vi quem era. Quando abri os olhos novamente não havia ninguém.

- Que droga - insinuo para mim mesmo limpando meu suor e arrumando o cabelo o deixando para trás - Todo dia isso.

Bato a porta atrás de mim, colocando a sacola do pão em cima da mesa já que havia ado na padaria antes de voltar. Incrível como essa época eles enchem mais o saco.

Tomo meu café e vou tomar um banho, e mais uma vez, lá estava eu no chuveiro, luzes piscando e eu apenas dei um suspiro e sai de lá, mas antes de abrir a porta ouço os de criança correndo do lado de fora. Não sei como ainda não fiquei paranoico.

Enquanto ouvia as notícias nos jornais ouço batidas na porta e vou ver quem é, abro aporta e não há ninguém, isso se repete umas duas vezes, até que quando foi a terceira eu já fui gritando.

- Bando de gente inútil que só fica fazendo essas porcaria, Vão Embora!- Havia uma garota ali, me encarando um olhar de desgosto e via que ela estava nervosa de tanto tremer.- É você que tá fazendo isso?

- Fazendo o que? William Miles.

Assim que a ouço falando meu nome a puxo para dentro e fecho a porta.

- Se identifique.

- Ah, ok, me chamo Sarah prazer.

- O que quer aqui mocinha?- Eu não se como está meu rosto, mas eu sei como estou, indignado surpreso e duvidoso, e eu provavelmente estou a encarando feio - E como sabe meu nome?

- Ah muitas pesquisas, eu precisava falar com você, foi muito difícil te encontrar sabia? Pra que morar em um fim de mundo como esse?

- Para pessoas como você não me acharem.- Me sento no sofá pegando uma latinha de refrigerante e a bebendo olhando para a TV - Mas agora que achou fala o que te aflige tanto assim para vir neste, "fim de mundo".

- Eu li todos os seus artigos e livros além das suas teorias e das suas pesquisas mas pelo que vi ninguém acreditou no senhor né, só as pessoas que criaram um site só para falar de suas teorias, e agora acho que o pelo mesmo problema...

Enquanto ela fala eu apenas ouço sem dar uma palavra, ela vem e senta no sofá um pouco afastada mim mas virada em minha direção ainda falando, e só agora que ela pegou reparo que estava com um mochila, tirando dali de dentro alguns papeis e a encaro confuso dado mais um gole do refrigerante.

Ah, acabei de perceber, ela é mais uma vitima daqueles seres.

-Eles te assombram não é? - Eu a interrompo e ela me olhando com uma cara de confusa mais falsa que já vi - As vozes, pesadelos e visões, por isso você veio até mim não é?

- É... bem por ai mesmo, é em todo lugar, parece que me observam, e toda noite sonho com ossos enterrados e a cada dia pareciam mais tensos e reais além de virem paralisias do sono constantes, então comecei a ir atrás para tentar descobrir o que estava acontecendo, e achei você.

- Já procurou um médico para ter certeza de que não está louca?

Dou um peteleco na sua testa a fazendo por a mão em cima reclamando de dor.

- Já, mas eles também não estavam ajudando, toda noite eu acordo com um hematoma diferente de cada pesadelo, então decidi parar

-Entendi, essa é a pior época pra você vir me encontrar garota, logo no tempo em que os mortos estão á espreita... - dou um suspiro me levantando e pegando minha capa jogada em uma cadeira perto da porta, e enquanto saio a vejo me encarando e percebi que não havia falado que iriamos começar agora.

Faço um sinal de olho em direção ao lado de fora e ela me acompanha, e assim entramos na mata, em direção a civilização

-Estou cheia...Comi de mais no caminho, podemos andar mais devagar?

.- Oh claro, claro, aliás isso é um bom sinal...

Ela me olha estranho e depois continua a olhar pelo seu caminho e sorrio. Eu estava com fome...Ou talvez ele estivesse?

"Estou"

Ouço aquela voz grossa e alta e tomo um leve susto, pelo costume não me dá tanto medo, mas como foi do nada, não tinha como evitar. Ela me olha estranho e não tardia a pergunta, "está bem?". Apenas faço um sinal de "sim" com a cabeça e continuo a andar. A voz continuava a falar, e pessoas no meio da mata apareciam e iam embora fazendo um sinal positivo com a cabeça, mas não falava nada para ela.

Até que chegamos numa cabana abandonada, entro e a aguardo entrar, fechando a porta. O lugar por dentro estava todo limpo e arrumado com prateleiras cheios de livros, mas não eram livros normais, eram todos sobre coisas sobrenaturais e mais do tipo.

-Minha biblioteca particular, onde uso para estudos...

- Uau, está tudo organizado e em perfeito estado, não parece a mesma coisa que tá lá fora.

Ela olha em volta e quando se distrai eu a agarro por trás a enforcando, e dizendo...

-Mas venho aqui para alimentar também, as vozes só me trazem a vitima, e eu o alimento, talvez depois de enterrar seus ossos eu possa te ver do outro lado assim como os outros.

#Autoral

#Halloweennaobscuregeekworld

"Death"