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🄛ᧉᴀʀɴɪ𝗻ᦋ ғʀ𖹭ᴍ
ᴅɪғғᴇʀ͠ᴇɴᴄ𝗲ຣ. ა̷̱.⠀⠀━━━━
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【 なぜ⠀そんなに偏見⠀?】
リケ⠀⠀ 𝓘𝗇𝗍𝗿𔘓𝗱𝗎̠𝖼̧𝖺̃𝗼 ⠀⠀ぬᩚ⃞
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀Gostaria de enaltecer, antes de pautar sobre o assunto, a jornalista de notável talento, escritora de mão cheia e professora nomeada, Bianca Maria Santana de Brito. Ativista do movimento negro e do movimento feminista, Bianca tem o título de Mestre em Educação pela faculdade da USP e bacharel em jornalismo! Inspiro-me nela, ou melhor, em sua obra "Quando me descobri negra". Então, deem-me licença que falarei do oculto sol, pôr-do-sol. Público de todas as idades, faces e cores, sintam-se bem-vindos a este conteúdo escrito por mim, mas protagonizado por inúmeras vidas negras. Escrever-lhes-ei histórias reais, sentem-se e apreciem.
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【 なぜ⠀そんなに偏見⠀?】
リケ⠀⠀ 𝓣𝗎𝖽𝗼 𝗮𝗾𝗎𝗂𝗅◌ 𝗊𝗎ɘ 𝗲́ ⠀⠀ぬᩚ⃞
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀É que gente negra também é gente como a gente, que sofre igual. NÃO! Que sofreu pior, que vai sofrendo. Tanto falam, tanto comentam, e o racismo? Falo alto: o que é o racismo?! Silêncio. Enraizamento estrutural, violação cultural, exclusão social. O Brasil, repito, é um dos países de maior diversidade cultural. Desculpe, minha senhora, se o som do meu samba e do meu rap incomoda, é que antigamente existia um único som, era meus gritos de dor, estalos do chicote. Falo alto: o que é o racismo? Silêncio.
Coragem! Com quantos anos você descobriu-se negra(o)? Perdão mencionar o assunto. Para alguma parte da família, ela é morena. É mais morena porque “toma muito sol”. Para os de casa é morena, e esquecem que sua mãe, pai ou avó descende de escravizados. “Se nossa pele não é tão escura, nossos traços e cabelos revelam nossa etnia.”, é exatamente isso, segundo Bianca Santana, o processo de branqueamento atinge a muitas pessoas que perdem de sua identidade; para a sociedade o tal pretexto — pessoas que tomam muito sol, porquanto têm a pele mais escurinha. Não sei dizer o quê. Fatídico sol, que colore mais o meu corpo, eis-me aqui, com meus olhos escuros, meu cabelo espiral-angelical e meus lábios de maciez invejável, foste tu que me fizeste? O esquecimento do protagonismo negro sugere papel secundário a quem sempre esteve em primeiro lugar. É o apagamento de um legado. Personagens negros tiveram suas origens alteradas, diz a indústria da conservação: a mídia não consome tanto, os produtos não vendem tanto, não dá repercussão. Silencia-se e aceita-se inconsciente a escravidão, genocídio humano, escondem-se vítimas. Para suavizar a escravidão em novelas, romance entre escravizada e seu senhor. A miscigenação foi fruto de abuso sexual. Orgulho da miscigenação? Nas ruas, você jamais estará sozinha(o), além dos olhos rasteiros que a acompanham, seus ancestrais vão junto. Não mexa com quem não anda sozinho. É uma luta perene.
Segundo a lei nº 12.990, de 9 de junho de 2014, cujo propósito é garantir reservas de vagas de negros(as) trabalhadores(as) na istração pública, teoricamente projeto de inclusão de indivíduos negros em sociedade — fonte do artigo disponível em “Barbarói, Santa Cruz do Sul, n.61 , p.<85-101>, Mai. 2022” —, todavia essa lei ainda fica inerte no campo da teoria. Os projetos de inclusão visam respeitar as diferenças individuais e garantir a presença da minoria em instituições e no setor istrativo público, a abolição da escravatura ocorre em 1888 no Brasil, e lança os ex-escravizados em situação de marginalização na pós-escravatura. Nem em sua aparente liberdade, as pessoas negras foram respeitadas, pois não tinham como reivindicar seus direitos; forçados a construir moradias precárias longe dos centros urbanos das cidades, expostos à ausência de saneamento básico, discriminação e violência — surgem as periferias como fruto de um descaso, a abolição muito hoje se comemora tendo um herói épico, princesa Isabel, e os respectivos personagens beneficiados: “escravos”. O Brasil foi o último país das Américas a abolir com a escravidão, não porque uma princesa bondosa quis a um documento, mas porque houve lutas, mortes e muita resistência contra a mão de obra escravizada de uma sociedade majoritariamente explorada. Agora que retiramos toda a carapuça do racismo estrutural e o deixamos em carne viva, as leis de inclusão parecem, além de arcaicas, falhas. Não garantem o fim do racismo, pelo contrário, ele continua mesmo com o negro dentro da faculdade, dentro do trabalho, ocupando cargos menos prestigiados e sofrendo cobranças absurdas. Abstenho-me de fazer qualquer pesquisa para revelar o óbvio: há menos negros em ensinos de qualidade, em faculdades e em cargos públicos. O suicídio, diante dessa perspectiva, também tem sido um infortúnio que acomete às vidas excluídas, muitos abrem pequenos comércios ou bares no final de uma esquina, o ganho não é o suficiente para viver, apenas para sobreviver.
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【 なぜ⠀そんなに偏見⠀?】
リケ⠀⠀ Ꮢᨡ𝗰𝗶𝗌ֹꭑ𝗈 𝖾̄𝗆 𝗌𝗎𝗍𝗂𝗹ᧉׅ𝗓𝗮. ⠀⠀ぬᩚ⃞
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀Arrumo minha filha com um vestido florido e um laço verde na cabeça, tenho todo o cuidado de amarrá-la o cabelo. Puxo para trás e ornamento com grampos finos, tal como faço com o meu cabelo. Há qualquer coisa de vaga no olhar de minha menina a refletir no pequeno espelho redondo do quarto. Pergunto-lhe o que pode ser: pois bem, pretendia alisá-lo, a fim de tornar igual aos fios soltos das outras colegas. Soltos? Essa palavra me lembra liberdade. Por que prende seu cabelo crespo, o oculta ou disfarça, é o problema de ser liberta? Porque, nós, brasileiros, assumimos o padrão de beleza o loiro e os olhos azuis. Parece patético. O Brasil não é um dos países com mais diversidade cultural? Temos, portanto, influência da potência europeia (a maioria dela) ainda em nossos costumes e julgamentos, principalmente este último. “Imagino que cabelo alisado e roupas de grife atenuem a abordagem racista. Com meu cabelo crespo e as roupas de que gosto, todos os dias sou lembrada de que bairro central, casa grande, cafés e restaurantes de classe média e ser professora universitária não são pra mim.” (p.26)
São características do racismo comentários como os “Este cabelo não presta porque é duro e feio”, “Cabelo de arame”, etc., por desejo de sentir-se incluída no círculo de amizades, a vítima de racismo incumbe-se de mudar suas características inatas. Outro caso comum, mas não aceitável, é o estranhamento que acomete à maioria das pessoas quando são abordadas por um negro de turbante, pulseiras e colares, uns dizem que se vestir assim é corajoso. Corajoso? Por que se expressar culturalmente na vigente sociedade é ato de coragem? Talvez, para a vítima de racismo, cause inicial confusão.
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【 なぜ⠀そんなに偏見⠀?】
リケ⠀⠀ Ꭼ𝘀𝗰𝗿𝖺𝗏◌ 𝗻𝗮̃𝗼, 𝖾𝗌𝖼𝗋𝖺ֽ𝘃𝗶𝘇𝗮ิ𝗱𑄘. ⠀⠀ぬᩚ⃞
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀Ninguém nasce escravo, nenhuma pessoa neste mundo é objeto de pertence. Este termo, “escravo”, ameniza o processo de dominação e, novamente, trata com desdém os escravizados. Afro-descendentes, escravizados, sim, senhor(a)! Fale assim. Exijo respeito.
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【 なぜ⠀そんなに偏見⠀?】
リケ⠀⠀ Ꭰ𝗂𝗌𝖼𝗋𝗂𝗺𝗶𝗇𝖺𝗰̧𝖺̃𝗈 𝔢 𝘃𝗶𝗼𝗹𝗲̂𝗻𝗰𝗶𝗮. ⠀⠀ぬᩚ⃞
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀Torcedor do Villareal da Espanha arremessa banana no campo de futebol, no dia da Consciência Negra. Daniel Alves, jogador profissional de futebol, na época jogava pelo São Paulo, come a banana como quem diz “Vocês estão atrasados”. Notícia disponível ge.globo.com, ano 2014.
Vinícius Junior, atacante do clube Real Madrid, é chamado de "macaco" pela torcida espanhola do Valencia, em La Liga. O jogador manifestou-se em rede social e disse: “Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na La Liga. A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas. Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhois que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas. E, infelizmente, por tudo o que acontece a cada semana, não tenho como defender. Eu concordo. Mas eu sou forte e vou até o fim contra os racistas. Mesmo que longe daqui.” — G1.com
“Nichols foi brutalmente agredido por policiais em 7 de janeiro, quando o carro dele foi parado pelos agentes. Imagens gravadas pelas câmeras nos uniformes dos policiais mostram o jovem chorando e chamando pela mãe enquanto era socado e chutado múltiplas vezes.” — G1.com
Casos e mais casos acontecem, todos são esquecidos como poeira ao vento. Desde 2014 a 2023, aram-se 9 anos, mas o racismo serpenteia lenta e vagarosamente pelo tempo, entranha, mancha e envenena. Como vemos na última notícia: ele mata.
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【 なぜ⠀そんなに偏見⠀?】
リケ⠀⠀ ℂ𝗈𝗆 𝗅𝗂𝖼𝖾𝗇𝖼̧𝖺, 𝖼𝗁𝖺𝗆𝖺̱ 𝖺 𝘀𝘂𝗮 𝗉𝖺𝗍𝗋𝗈α! ⠀⠀ぬᩚ⃞
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀Foi há muito tempo, quando me contaram isso, e ainda penso bastante sobre. Era uma manhã qualquer, uma senhorita estava a limpar a calçada de sua casa, portanto vestiu-se adequadamente para a realização da faxina, quando dali a pouco chega outra senhora a quem, interessada em alugar uma casa, começa a indagar. Em determinado momento, pergunta: “Poderia chamar a sua patroa?”, atônita, nada responde e entra para dentro de casa. Com um pedaço, ela volta sem as roupas de faxina, “Desculpe, eu deveria ter pelo menos colocado uma maquiagem”.
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【 なぜ⠀そんなに偏見⠀?】
リケ⠀⠀ ᕈ𝗼𝘀𝗌𝗈 𝗍𝖾 𝗳𝖺𝗓𝖾𝗋 𝗎𝗆 𝗽𝗲𝗱𝗶𝖽𝗈? ⠀⠀ぬᩚ⃞
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀“Um sorriso, desses sem mostrar os dentes, seguido do pedido: – uma mesa pra dois, por favor. Um sorriso em resposta, do mesmo tipo: – eu não trabalho aqui. Outro sorriso e outro pedido: – você pode levar uma água até aquela mesa, por favor? A resposta, sem sorriso: – eu não trabalho aqui. O terceiro sorriso, em menos de cinco minutos, com outro pedido: – eu preciso de um cardápio. O desejo de responder aos berros que estou esperando minha amiga sair do banheiro pra sumir daquele café onde quem frequenta é branco e quem trabalha é preto, mas a resposta cordial, tranquila, a seco: – eu não trabalho aqui. Posso te fazer um pedido?” (p.36)
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【 なぜ⠀そんなに偏見⠀?】
リケ⠀⠀ Ꮜ𝗺 𝘃𝗂𝖾́𝗌 𝗲𝘀𝖼𝗈𝗅ᨡ𝗋. ⠀⠀ぬᩚ⃞
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀Enquanto professor, debruço-me neste caos, desfaço-me a cada virada de página e reinvento-me em cada leitura. Sinto falta de projetos que glorifiquem a representação negra, que falem sobre a história e sobre as pessoas afro-descendentes! Quando adentrei à faculdade, descobri a grade de literatura africana, não tinha ouvido falar sobre literatura africana durante o Ensino Médio. Pouco me falaram sobre o racismo, exceto o supérfluo, o Estado sequer encara essas questões como responsabilidade nossa. Os alunos preocupam-se apenas em decorar fórmulas matemáticas e dizer o que é um verbo ou um substantivo, mas onde está o incentivo e a conscientização? Lamento, estamos todos reprovados.
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【 なぜ⠀そんなに偏見⠀?】
リケ⠀⠀ ᥬ᳢𝗂𝗇𝖺𝗹𝗶𝘇𝖺𝖼̧𝖺̃𝗈. ⠀⠀ぬᩚ⃞
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀Escrevo este conteúdo porque me inspiro na luta, que é a minha luta também: combater o racismo. Honestamente: é de responsabilidade de todos. Embora eu não seja negro, preservo características algumas herdadas de meu falecido avô, que era negro. Houve, em dias distantes deste, um comentário que insistiu em ficar na minha cabeça: “Ele só não é mais feio porque é branco”. Isso me fez ponderar bastante e me despertou interesse sobre o tema, fez-me mergulhar no ado, que é um presente meu a vocês, leitores(as). Meu objetivo é fazer impacto com a minha escrita, qualquer impacto que os façam refletir, sorrir, chorar ou que os façam sentir. Sinto que meu tempo está acabando, mas nos encontraremos mais vezes. Desejo-vos saúde e um abraço! ( :heart: )
Referências bibliográficas:
Santana, Bianca
quando me descobri negra / Bianca Santana; ilustração Mateu Velasco. s
São Paulo: sesi-sP editora, 2015. 96 p. il. (quem lê sabe por quê)
Wikipédia sobre Bianca Santana
Inclusão de pessoas negras na sociedade
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ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤᨡᴇຣㅤㅤⲘᨡᴅᧉ 🄘ɴ ㅤㅤㅤㅤㅤㅤ♡𝅼
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤᨡ̱ᴠᴀɪ̄ʟ 𝂅 sᴛ◌ʀ̸ә. ✿

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