⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
ᴜᴍᴀ ʙᴏᴀ ʟᴇɪᴛᴜʀᴀ!
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
ᅟ ٬ 𝐖ᥱᥣᥴomᥱ ٫ ‧
⏝·︶ ︶·⏝
An original vamp production
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
:warning: Aviso: Tema Sensível +16
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
𝀛 𝀛 𝀛 𝀛 𝀛
────────────────────────────

────────────────────────────
Até a Última Lótus: O Ferreiro e a Sombra
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ Contado por Shini, o Ferreiro
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
A primeira vez que cruzei com ela foi numa noite de cortar a alma em Kuroyama. O frio era intenso e, ao olhar para o céu, tive o presságio de chuva iminente. Foi então que a vi: uma silhueta frágil debruçada sobre os escombros de um celeiro em ruínas. Ela era magra como um galho ressecado pelo inverno, com os cabelos negros queimados nas pontas e o rosto sujo de cinzas e sangue seco, aparentando ter cerca de dezessete anos. Segurava uma faca com a mão trêmula. E os olhos dela… Ah, os olhos: dois fragmentos de âmbar rachado, carregados de um ódio que nem a morte ousaria engolir.
— Você vai me matar? — ela sussurrou.
— Se eu quisesse, já teria feito — respondi friamente, estendendo um pedaço de pão seco.
Naquela época, eu era apenas um ferreiro, carregando tanto minhas ferramentas quanto os fantasmas que insistiam em me assombrar pelas estradas empoeiradas. Quando a jovem, exausta, cedeu ao sono após devorar o pão, ergui seu corpo leve nos braços e a levei até minha cabana, onde minha irmã mais nova, a única família que me restava, me aguardava como sempre.
— Shini, quem é essa moça?
— Encontrei-a no vilarejo de Kuroyama. Tudo estava destruído e em chamas. Ela era a única sobrevivente.
— Vou colocá-la na cama. Pode dar um banho nela enquanto preparo algo para comermos?
Minha irmã apenas assentiu com um aceno.
A cabana exalava o cheiro de alecrim e carvão, como de costume. Enquanto Aiko aquecia água no fogão de ferro, eu observava a estranha adormecida em minha cama. Com suas mãos suaves, habituada a costurar vestidos e colher ervas, Aiko lavou o rosto da garota com um pano úmido. O sangue seco revelou uma pele pálida, marcada por finas cicatrizes.
— Ela não é como nós — sussurrou Aiko, secando os cabelos negros da jovem com um cuidado maternal.
— Talvez… — respondi, virando-me para esconder a expressão.
Por algum tempo, começamos a chamá-la de Hikari — um nome ingênuo que destoava de seus olhos. "Luz? Uma ironia cruel." Ela era como um vaga-lume preso em um frasco, brilhando apenas para atrair predadores. Nas primeiras semanas, recusava-se a falar, comendo como um animal acuado, engolindo a comida sem mastigar e sempre de costas para a parede. À noite, eu a encontrava no telhado, agachada como um gato selvagem, observando a floresta.
Foi Aiko quem quebrou o gelo. Numa tarde, ela trouxe para Hikari um vestido azul-claro, bordado com flores.
— Você não precisa usá-lo — disse, colocando-o sobre o local onde a garota dormia.
No dia seguinte, o vestido estava pendurado na cerca, encharcado de orvalho. Notei que Hikari o havia tocado; as marcas de seus dedos estavam nas mangas, suaves como pegadas de pássaro.
Aos poucos, Hikari começou a seguir meus os na forja. Observava em silêncio enquanto eu martelava o metal, seus olhos acompanhando cada faísca como se fossem estrelas cadentes. Um dia, ao deixar uma barra de aço sem atenção, ela pegou o martelo e golpeou a peça com uma força que fez tremer a bigorna.
— Assim você só quebrará o metal — disse, ajustando os dedos dela com os meus. — A força precisa ser direcionada, não despejada.
Ela retraiu a mão, como se eu a tivesse queimado, mas no dia seguinte voltou. E no outro. E no outro.
Algumas noites Hikari acordava gritando em uma língua que nem mesmo Aiko reconhecia — restos de um dialeto morto de sua aldeia. Segurava a faca que havia roubado da cozinha e sussurrava números: "Treze… sempre treze…". Certa vez, encontrei-a desenhando círculos na terra com a ponta da lâmina, repetindo, como um mantra, a palavra: "Kurotsuki… Kurotsuki…".
— Significa "Lua Negra" — explicou Aiko, que ara horas, em segredo, na biblioteca do templo. — É o nome de uma lâmina amaldiçoada, dizem, forjada para a vingança.
Não perguntei como ela sabia.
Quando a primavera chegou, trouxe mercadores e rumores. Um deles falou de um clã que queimava aldeias ao norte, deixando marcas de garras nas portas. Hikari ouviu tudo, imóvel atrás da porta, com o rosto sem expressão. Naquela noite, ela simplesmente sumiu.
Aiko me encontrou na floresta, segurando uma lamparina e chamando seu nome como se procurasse um fantasma. Encontramos ela no riacho, de joelhos, lavando as mãos em água gelada; seu vestido estava manchado de vermelho.
— Matei um coelho — mentiu, erguendo o animal ensanguentado.
Porém, nas costas de sua mão direita, notei um corte profundo — o tipo que só uma lâmina humana pode causar.
No dia seguinte, um viajante chegou à aldeia próxima, contando que três homens haviam sido encontrados mortos na estrada, com as gargantas cortadas e marcas de garras nos peitos — as mesmas que apareciam nas portas.
— Você não pode consertar o que já foi quebrado — Aiko me disse, naquela noite, enquanto Hikari dormia exausta.
— Não estou tentando consertá-la — respondi, afiando uma faca que não necessitava de afiação. — Estou tentando garantir que, quando ela se quebrar de vez, pelo menos cortará na direção certa.
Quando o outono tingiu as folhas de vermelho, Hikari entrou na forja com um pedaço de carvão na mão e, sem dizer uma palavra, desenhou na parede uma flor de lótus negra.
— É o que eles deixaram nas portas antes de incendiar tudo, antes de incendiar minha casa... — disse, mencionando o ado pela primeira vez.
Naquela noite, entreguei-lhe uma pequena adaga que havia forjado em segredo. O cabo era entalhado com cerejeiras, mas a lâmina... Ah, a lâmina refletia a escuridão.
— Chame-a como quiser — disse.
Ela tocou o fio, deixando uma gota de seu sangue escorrer, e sussurrou:
— Kurotsuki.
Naquele instante, soube que jamais a veria novamente. Mas, às vezes, algumas sementes só florescem no fogo, pensei.
Aiko chorou quando ela partiu. No inverno seguinte, minha irmã confeccionou outro vestido e o deixou sobre a mesa: um lindo vestido preto, bordado com lótus negras. Na porta, restava uma única pegada na neve, como se ela tivesse dançado no ar antes de desaparecer.
Meses depois, espalharam-se histórias sobre uma sombra que deixava flores de carvão em túmulos de tiranos.
Eu apenas sorrio, acendendo a forja ao amanhecer.
Pois, no fundo do fogo, onde o aço ganha vida, ainda vejo seus olhos de âmbar — ardendo, quebrando, renascendo.
Continua…
────────────
──────
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
⤹ . . 𝐜rᥱd𝐢𝐭᥉ ㅅ
︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶⠀
Texto • Capa • Estética by Vamp
All rights reserved :copyright:
⠀⠀⠀⠀



Comments (5)
:neutral_face: :heart:
✍
Parte 2 :fire:
http://aminoapps.vertvonline.info/p/0j2vki
Mt bom
Tnks :two_hearts: