[TD] changki, echo.₊

guess who's back? ꜛ🧸ꜜ

21 . 07 . 19 ┊ ＠sarytheworld

make yourself at home

                                              ㅡ 龘䨻

                               ╰ too young, too dumb, to

                                    know   things   like     love

                                    

Olá bebês, como vão?

Advinha quem chegou a reta final? Echo vai se despedindo da gente mas não me deixem para trás não, tá? :pensive:

Eu chorei muito escrevendo o último cap ainda mais por tudo o que aconteceu essa semana e eu queria deixar nessa introdução uma agradecimento especial para as meninas do swassy :pensive: 🤘🏻, vi elas sexta e já to morrendo de saudade :( (só faltou a larinha que esteve conosco em pensamento).

E o mais especial de todos: os meninos.

Depois de 3 anos eu finalmente pude ver os meninos tão de pertinho e isso me deixou muito emotiva.

Mas vamos deixar esse assunto para outra hora antes que eu esqueça do último capítulo.

Espero que gostem de verdade, echo foi pensada em mínimos detalhes e eu por incrível que pareça amei o resultado, boa leitura!

cap anterior

the echo final.

ㅡ Você ficou em coma por 7 anos. ㅡ

Aquela frase não parava de ar por minha mente, sentado naquela sala, sem controle sobre minhas próprias ações, em um movimento rápido me levantei puxando o médico pela gola de sua camisa. Meus dentes estavam cerrados, meu rosto pegava fogo, e tudo ali parecia uma severa verdade.

Mas não era possível, eu fiquei em coma por apenas alguns meses, logo depois me mudei, como ele pode brincar com uma situação dessas?

ㅡ Sim, você ficou em coma por 7 anos em um transe de quase-morte, você ficou tempo demais embaixo da água fria, o que quase congelou seus órgãos de dentro para fora, a água em seu pulmão não foi totalmente drenada, impedindo que sua respiração fosse normal novamente, seu corpo não reagia a nenhum medicamento, mas com minha persistência descobrimos o problema e um doador anônimo o fez.

Se você acordou, foi porque ele pediu que acordasse.

Aquela situação toda me dava um grande branco, sem saber aonde ir ou o que fazer. Eu precisava encontrar Kihyun e acabar com toda essa brincadeira sem graça.

Voltei para meu quarto, com os documentos da alta, tudo estava estranhamente ali.

A mesma data, o mesmo hospital, o mesmo lago.

Troquei minhas roupas, as guardando na bolsa que havia ali, e ao seu lado tinha um porta retrato, eram dois adolescentes, dois garotos, não aparentavam ter mais que 16 anos.

Me dei a permissão de tirar a moldura ali e irar a foto sem um vidro em sua frente. Segurando-a pude sentir uma certa profundidade, havia algo escrito ali.

"Yoo Kihyun E Lim Changkyun"

"Os melhores amigos pra sempre"

As lágrimas desciam teimosas pelo meu rosto, o sentimento de confusão estava se tornando tristeza por mais que eu não entendesse o que aquilo significava. Um pouco abaixo, havia algo escrito, um pouco borrado, como se fosse recente, mas legível.

"O único amigo que eu tenho."

Eu precisava achar Yoo Kihyun não importa o que seja, eu precisava dele, e se eu não o fizesse, talvez morreria com a angústia que me engolia cada vez mais.

Terminei de arrumar a bolsa, até deixando algumas roupas caírem mas isso era o de menos agora, a mãe de Kihyun deve estar preocupada após eu sumir de um dia para o outro.

Já fora do hospital, estranhei.

O clime estava totalmente diferente do qual eu havia chegado, antes chovia e ventava muito forte, agora já fazia sol, e o clima era agradável, mas meu coração estava apertado demais para conseguir ligar os pontos para uma mudança climática tão radical assim.

A cidade estava completamente diferente, isso era cientificamente possível? casas se tornarem prédios, ruas residenciais se tornarem avenidas e muitas das lojas se tornarem grandes fábricas.

Ok, é real, eu estou delirando.

Pedi um táxi e acabei por usar todo o dinheiro que havia comigo, indiquei o local que o mesmo deveria me levar e não tardou para achar meu destino.

A rua onde se encontrava minha casa estava diferente, vazia, e até mesmo o lago, parecia ter sido interditado.

Sem pensar duas vezes corri até a casa de Kihyun, precisava conversar com ele e entender o porque dessa brincadeira tão sem graça agora. A campanhia fazia eco do lado de dentro e pude perceber que a porta estava aberta, a mãe de Kihyun não estava, talvez ainda estivesse procurando por ele.

Subi as escadas correndo, pulando alguns degraus uma vez ou outra, chegando ao seu quarto e me decepcionando por estar vazio, ao olhar ao redor seus livros estavam em cima da cama, como no dia em que eu pude selar seus lábios macios.

Cheguei próximo de sua cama, abaixando ali, os livros tinham cartas?

Dentro de cada um tinha uma folha com anos na frente e eu estava muito confuso.

2013.

Eu quero que me perdoe, por todas as vezes que eu não te levei a sério, mas eu só não queria acelerar as coisas, sabe?

Eu te amo mais que tudo no mundo e não quero me imaginar mais sem você.

Por favor, acorde. Você é o único quem eu amo.

Kihyun havia escrito isso? sua caligrafia era a mesma, mas eu não entendi o que ele quis dizer, isso tudo estava me deixando confuso e assustado, Kihyun havia se afogado também?

Abrindo outro livro, achei outra que dizia:

2013.

Que tolice, Changkyun.

Que idiotice.

Eu te disse para tomar cuidado com aquela camada fina de gelo, mas você não me escutou.

Por que fez isso comigo?

Você é o único, você é meu tudo.

E agora eu não tenho mais você.

Você precisa acordar, Lim. Eu te amo.

2014.

Meu amor...

Hoje faz um ano desde o acidente.

Quero pedir desculpas por ser tão imaturo e colocar a culpa disso em você.

Fui egoísta também, por pensar só em mim quando te culpei.

Eu estou sofrendo, você também está.

Mas eu prometo ficar aqui com você, até acordar.

Só daí então, eu ficarei em paz.

2013? 2014?

Meus olhos já lacrimejavam, algumas lágrimas teimosas caiam, a angústia apertou meu peito outra vez e eu pude sentir Kihyun ali.

Mas eu queria sentir fisicamente, abraça-lo e dizer que eu estou bem, e que ele não precisava se preocupar, pois eu estava aqui e eu o amo mais do que tudo.

2015.

Tem sido tão torturador ver você e não poder sentir o calor de seu corpo.

Tocar suas mãos e não receber nenhuma resposta em troca.

Selar seus lábios e saber que eles não me retribuem mais.

Changkyun, eu espero que se um dia você ler isso, saiba que eu te amei com todo meu coração.

Todos os planos que arquitetamos quando mais novos, foi tudo por você.

Eu te amo tanto, por favor, acorde.

Os outros livros tinham mais destas com a mesma folha, mas todos sem data.

"Escrito nas estrelas"

O livro que me fez aproximar de Kihyun, mas do que o esperava e menos que o necessário. Havia uma carta dentro dele também, na parte dos agradecimentos.

Uma carta um pouco mais detalhada das outras, uma carta aonde havia várias informações de um destino que parece não ter sido terminada.

2017.

Lim Changkyun.

Conheci você em minha festa de aniversário de 5 anos, se lembra?

Aquela noite estava sendo torturante para mim, uma criança totalmente esquisita e anti social, rodeada de crianças do bairro cujo eram as que mais me zombavam e riam de minha cara.

Naquela noite conheci você e seu pai, minha mãe que não foi boba, logo deu uma desculpa para ficar a sós com seu pai nos deixando sozinhos.

Como qualquer outra criança não sabia reagir aquela situação, eu travei, minhas mãos suavam frio e eu mordia minhas bochechas por dentro de minha boca.

Você virou se para mim e se apresentou, e não faz idéia do quanto aquilo mudou totalmente minha vida.

Você foi gentil, atencioso e educado, o que era estranho tanto por ser uma criança estrangeira. Te convidei para meu quarto e lá amos a noite brincando. Já cansados, nos jogamos na cama, você me disse que queria ser astronauta e eu estranhei.

Muitas crianças sonham em ser astronautas mas você dizia aquilo com tanta propriedade e segurança, me deixou inspirado.

Tínhamos apenas 5 anos quando eu ganhei você de presente.

Uma semana depois você entrou no meu colégio, mesmo novato, fez muitas amizades rápido, mas ainda assim ava todos os intervalos que tinha comigo, talvez consideração de seu pai para com minha mãe ou até mesmo pena do garoto isolado do colégio.

amos anos assim, até chegar ao bendito ensino médio.

Lim Changkyun você é lindo, eu alguma vez já te falei isso? Se não me perdoe.

Até mesmo antes de entrarmos no ensino médio você me contou sobre sua sexualidade, eu até então nunca liguei pra isso, claro, já havia ficado com algumas garotas mas sentia que tudo aquilo era apenas uma negação da minha cabeça.

Eu não sabia dessas coisas, sempre fomos amigos, sempre compartilhamos sonhos, segredos e nossas vidas mas você começou a sair com Minhyuk, ele era um ano mais velho que nós dois. Eu os dizia que apoiava, aliás você era meu melhor amigo, é óbvio que eu queria ver você feliz.

Mas eu não estava, eu apenas enganei a mim mesmo esse tempo todo.

Changkyun, eu demorei tanto pra perceber que o motivo de qualquer coisa que eu fizesse era pensada em como você iria reagir primeiro, eu tinha tanto medo de te perder.

Vocês finalmente terminaram, por mais que se gostassem, não eram compatíveis um com o outro. Me praguejei mentalmente por estar feliz com isso mas agora eu iria tomar coragem e dizer tudo o que eu guardei para mim mesmo esses anos todos.

Pedi para me encontrar no terraço da escola, em nosso horário de almoço, e surpreendentemente você havia chegado antes de mim. Me sentei ao seu lado tendo visão de todo nosso pequeno bairro, a sensação de ter o mundo na palma da mão era indescritível.

Por um momento em tombei minha cabeça e pude reparar que me encarava.

"ㅡ Só cuidado pra não babar. ㅡ Kihyun comentou rindo, e eu o acompanhei nas risadas.

ㅡ Eu não irei babar porque estou de boca fechada, mas sua beleza realmente é de dar água na boca.

ㅡ o mais velho abriu os olhos rindo como anteriormente e eu lhe lancei uma piscadela, seguindo com a brincadeira. "

Foi engraçado, mas após os risos se cessarem continuamos nos olhando, pupila e pupila, como se o tempo tivesse parado para nós. Risos foram dados baixinho também e se não fosse pelo sinal alarmante nos avisando que o intervalo havia acabado, eu teria te beijado Changkyun.

Ficávamos cada vez mais próximos, mais do que já éramos como melhores amigos, nossa relação era única, ninguém entendia a não ser nós mesmos.

Até que apareceu um teste surpresa da classe de matemática, na qual eu aparentemente era horrível e você resolveu me fazer uma "visita para estudar", ficamos em meu quarto, sentados no chão gelado, próximos demais, enquanto você me corrigia sobre os parênteses sempre virem antes dos colchetes.

Nossos olhos se encontraram como naquela vez do terraço da escola, estávamos sozinhos em casa a não ser pelo meu irmão mais novo. Seu rosto estava descuidadamente perto demais do meu em um ângulo perfeito matemático para nos beijar, e eu então tomei a iniciativa.

Foi um ósculo tão calmo, tão cheio de sentimento, nossas mãos debaixo da mesa de meu quarto estavam entrelaçadas.

Até sermos interrompidos por meu irmãozinho mais novo que saiu correndo quando viu a cena. Mas no final, desmentimos toda a história para minha mãe e deu tudo certo.

Começamos a namorar escondido, tanto minha mãe quanto seu pai odiavam esse tipo de relação, mas não conseguíamos ficar separados nem um dia sequer.

Brincando ao redor do bairro, achamos um pequeno lago, cheio de flores lindas ao seu redor e coberto por grandes árvores também. Haviam alguns bancos e uma casa provavelmente abandonada, fazendo dalí, nosso cantinho.

Fosse primaveira, inverno, verão ou outono, o que importava era estarmos juntos.

Até você decidir não me escutar e acabar sofrendo aquele acidente.

Eu faria qualquer coisa para voltar no tempo e ter sido eu no seu lugar.

Changkyun eu te amo tanto.

Em todos esses anos que eu estive ao seu lado no hospital, me apaixonei cada vez mais, vi você crescer, criar um minúsculo bigode, se tornar um homem por mais dos aparelhos que te mantinham vivo.

Mas nada disso me deixava feliz, eu te tocava, eu estava ali todo tempo, eu implorava pra que você acordasse e tudo isso fosse apenas um sonho.

Os médicos descobriam seu problema.

Amor, você vai acordar!

Infelizmente, quando isso acontecer eu já não estarei mais aqui.

Eu fiz uma viagem pra um lugar bem alto, aonde eu vou poder cuidar e zelar por você, onde eu verei você se tornando um astronauta e quem sabe um dia poderemos nos ver de novo.

Espero que já tenha acordado, eu sempre te amei, Lim Changkyun.

Yoo Kihyun, esse tempo todo, eu não estive com você? Isso tudo foi um devaneio que minha cabeça criou de você me pedindo para acordar porquê você queria que eu vivesse?

O ar em meus pulmões queimavam por oxigênio como da vez que eu estava me afogando, mas dessa vez eram de despero.

Esses 7 anos em que eu ei inerte a realidade eu perdi o único quem eu tinha, o único que eu amava.

Da sacada de Kihyun, eu tive a visão clara de toda cidade, eu puder enxergar todos os flash's de toda minha vida com Kihyun.

Não havia sentido eu continuar tudo o que planejamos juntos, sozinho.

Eu estou acordado e indo te encontrar Kihyun.

⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ . . . ㅤㅤㅤ

Leu até aqui? Eu devo te agradecer :heartpulse:

Espero que tenham gostado!

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