Capítulo Um: O portal de Névoa.
A névoa os envolvia como um véu espesso, azul-acinzentado, girando em espirais lentas ao redor de seus tornozelos. Cada o que davam sobre a terra úmida e coberta de musgo era silencioso, abafado, como se a própria ilha tentasse engolir qualquer som.
Dylan avançava à frente, os olhos varrendo o terreno com desconfiança. Marcus seguia ao seu lado, fascinado, quase hipnotizado pela atmosfera. Atrás deles vinha Jonas, com o velho diário de seu avô apertado contra o peito — as páginas envelhecidas haviam guiado os três até ali, prometendo respostas. Ou talvez advertências.
A bruma parecia viva. Não apenas os cercava, mas também os observava, dançando em movimentos sutis, intencionais.
Dylan: 18 anos
![O livro e os amigos! [CAPÍTULO UM]-[B]Capítulo Um: O portal de Névoa.
A névoa os envolvia como um véu espesso, azul-acinzent](https://image.staticox.com/?url=http%3A%2F%2Fpm1.aminoapps.vertvonline.info%2F9387%2F41aad0a39f0d661b3bf96b6679223231bb147a4dr1-204-529v2_hq.jpg)
Personalidade:
Instintivo: Dylan confia em seus sentidos e desconfia do que não pode explicar. Ele não é cético por descrença, mas por autopreservação.
Protetor: Apesar do jeito reservado, sente responsabilidade pelos amigos. É o tipo que anda na frente e olha para trás com frequência.
Cauteloso: Ele observa antes de agir, sempre avaliando riscos. É o primeiro a perceber que há algo errado.
Pé no chão: Ao contrário de Marcus, que é fascinado pelo sobrenatural, Dylan tenta manter os pés na realidade. Ele é o contrapeso racional.
Silencioso, mas firme: Fala pouco, mas quando fala, os outros escutam. Sua presença transmite autoridade natural.
Histórico pessoal:
Cresceu em um ambiente que o obrigou a amadurecer cedo (pode ser uma família ausente, perdas, ou um trauma ainda não revelado).
Tem um ado com Jonas — talvez uma amizade antiga ou um laço familiar indireto (primos, por exemplo), o que explica por que aceitou embarcar nessa jornada.
Enquanto isso, temos o Marcus: 17 anos
![O livro e os amigos! [CAPÍTULO UM]-[B]Capítulo Um: O portal de Névoa.
A névoa os envolvia como um véu espesso, azul-acinzent](https://image.staticox.com/?url=http%3A%2F%2Fpm1.aminoapps.vertvonline.info%2F9387%2F651f234316929c7ab6be78519ede3b54f8b32c19r1-102-430v2_hq.jpg)
Personalidade:
Curioso ao extremo: Marcus quer entender o mundo — especialmente aquilo que não tem explicação. A névoa, as runas, o portal... tudo para ele é maravilhoso e digno de iração.
Sensível: Percebe emoções e intenções sutis. Pode não captar perigos tão rápido quanto Dylan, mas entende quando algo é importante, mesmo que não saiba explicar o porquê.
Idealista e sonhador: Ele é o mais disposto a acreditar. Para ele, o mundo precisa de magia — e talvez ele deseje inconscientemente escapar da realidade.
Ingênuo, mas não tolo: Marcus pode ser impulsivo, mas não é burro. Sua fé no desconhecido vem de uma esperança genuína, não de ignorância.
Receptivo ao sobrenatural: As forças da névoa talvez o enxerguem como uma ponte — ele está mais aberto às vozes, às visões, ao mistério.
Histórico pessoal:
Criado num ambiente mais tranquilo, possivelmente artístico ou acadêmico. Pode ter lido muito sobre lendas, mistérios, ou ter pais ausentes, o que o levou a se apegar à fantasia.
Conheceu Dylan recentemente ou em um evento marcante, e ou a vê-lo como alguém confiável, mesmo que sejam opostos.
Está em busca de um “sentido maior”. O portal não o assusta — o atrai.
De todos, aquele mais sensível a energias além da compreensão.
E por último, Jonas: 17 anos
![O livro e os amigos! [CAPÍTULO UM]-[B]Capítulo Um: O portal de Névoa.
A névoa os envolvia como um véu espesso, azul-acinzent](https://image.staticox.com/?url=http%3A%2F%2Fpm1.aminoapps.vertvonline.info%2F9387%2Fb3ef040ae13602d06df7d8cf87d9a47581a2c7a2r1-321-455v2_hq.jpg)
Personalidade:
Introspectivo e inteligente: Jonas é o mais analítico e reservado do grupo. Fala pouco, mas pensa muito.
Carrega o ado: Ele é herdeiro de um segredo familiar — o diário do avô não é só uma relíquia, é uma maldição silenciosa.
Cético quanto ao mundo, mas não quanto ao sobrenatural: Ele não acredita em coincidências. O que está no diário, para ele, é real.
Obstinado: Jonas não está ali por curiosidade. Ele precisa entender o que está acontecendo — talvez para proteger os outros, talvez para corrigir um erro ancestral.
Conflito interno: Sente culpa, medo e dever ao mesmo tempo. Parte dele quer que tudo aquilo seja mentira. Outra parte quer respostas — a qualquer custo.
Histórico pessoal:
Neto de um explorador, ocultista ou estudioso do paranormal, que desapareceu (ou enlouqueceu) após falar pela última vez sobre “a névoa”.
Herdou o diário após a morte do avô, junto com instruções vagas ou um mapa que o levou à ilha.
Pode ter tido visões, sonhos ou “chamados” antes de convencer Dylan e Marcus a acompanhá-lo.
Provavelmente o único entre os três que sabia do risco real de entrar naquela névoa.
E esses são os três amigos:
![O livro e os amigos! [CAPÍTULO UM]-[B]Capítulo Um: O portal de Névoa.
A névoa os envolvia como um véu espesso, azul-acinzent](https://image.staticox.com/?url=http%3A%2F%2Fpm1.aminoapps.vertvonline.info%2F9387%2F571af01652e80dc15121cbb48c0274b01550d5ecr1-853-1280v2_hq.jpg)
Os amigos andando em meio a névoa Dylan percebi Jonas assustado e olhando demais para o livro.
Dylan: (com expressão nervosa e voz firme)
— Jonas, para de ficar aí escondendo esse livro! Você não vê que isso pode complicar tudo pra gente?
Jonas: (olhando para o livro, meio assustado)
— Eu só... eu só queria entender o que está escrito. Talvez seja a chave para a gente sair dessa confusão.
Dylan: (revoltado, cruzando os braços)
— Entender? A gente não vai sair de nada se você ficar se metendo em coisas sozinho! Isso não é hora pra segredos ou ações por conta própria.
Jonas: (olhando para os amigos, um pouco constrangido)
— Eu só não queria que vocês ficassem preocupados... achei que se eu descobrisse alguma coisa primeiro, poderia ajudar.
Dylan: (mais calmo, mas ainda preocupado)
— A gente tem que agir como um time, Jonas. Se você fizer alguma coisa escondido, pode colocar a gente em perigo. Confia em nós. Vamos ar por isso juntos.
Jonas: (suspira e fecha o livro)
— Tá certo, Dylan. Desculpa. Eu prometo que da próxima vez a gente faz junto.
O trio entrou na floresta com os cautelosos, as árvores altas e densas formavam um teto verde acima deles, filtrando a luz do sol em manchas douradas que dançavam no chão coberto de folhas secas. O ar estava úmido, carregado com o cheiro de terra molhada e musgo. O silêncio era quase absoluto, quebrado apenas pelo som distante de pássaros e o farfalhar das folhas quando pequenos animais se moviam nas moitas.
Dylan caminhava na frente, o rosto franzido de preocupação. Ele sentia um misto de ansiedade e determinação, tentando manter o grupo junto e focado, mas seu coração disparava com a sensação de que algo estava errado. A cada som estranho, ele se virava rapidamente, como se esperasse ver alguém os seguindo. Ele não conseguia deixar de pensar no livro que Jonas estava lendo, sentindo uma pontada de raiva e desconfiança.
Jonas, no meio, segurava o livro com firmeza, quase como se ele fosse um amuleto de proteção. Seu olhar estava distante, os olhos se movendo rapidamente pelas páginas enquanto ele tentava decifrar os símbolos que encontraram. Apesar do nervosismo, ele sentia uma curiosidade crescente, como se uma força invisível o puxasse para mais perto do desconhecido. Mas ele sabia que precisava manter o segredo para não assustar os outros.
Marcus seguia logo atrás, sempre atento ao grupo e ao ambiente ao redor. Ele sentia uma mistura de ceticismo e preocupação, tentando racionalizar cada o e cada barulho. Apesar disso, seu instinto o alertava para a presença de algo além do comum naquela floresta, e ele estava pronto para agir se fosse preciso proteger os amigos.
No meio do caminho, aram por uma clareira onde antigas pedras cobertas de musgo formavam um círculo irregular. Jonas se aproximou, tocando as inscrições gastas pelas intempéries, sentindo um leve formigamento nos dedos. Dylan cruzou os braços, observando com desconfiança, enquanto Marcus examinava o entorno, atento a qualquer movimento suspeito.
A floresta parecia viva.
A cada o que os três amigos davam, os galhos cerravam-se como se quisessem barrar o caminho. O ar estava saturado de umidade e o musgo escorregadio cobria as pedras e raízes com um verde doentio. O cheiro de terra molhada misturava-se com algo metálico, antigo.
Jonas parou de repente.
— Tem algo… me chamando — sussurrou, sem virar-se.
Dylan ficou alerta imediatamente.
— Outra vez com isso? — perguntou, irritado. — O que você está ouvindo agora?
Jonas não respondeu. Estava absorto, os olhos vagando por entre os troncos. Não era uma voz comum que o chamava — era como se seu próprio sangue reconhecesse um som ancestral, um eco familiar de algo esquecido.
— A gente devia voltar — murmurou Dylan, segurando o punho com força. — Isso tá errado. Tá cada vez mais errado.
Marcus, por outro lado, estava inquieto… mas curioso.
— E se ele estiver certo? E se tiver algo que a gente precisa ver?
Jonas deu um o à frente, como em transe. O chão começou a se inclinar levemente, e um som novo surgiu: ondas quebrando em pedras.
— O mar? — Marcus sussurrou, franzindo o cenho. — A gente tá longe da costa… não tá?
Seguiram Jonas sem discutir. A floresta cedia devagar, os troncos se abrindo como se uma trilha antiga estivesse sendo revelada apenas para eles. Um cheiro de sal tomou o ar. A névoa se tornou mais espessa, azulada e densa. O som das ondas aumentava.
Quando saíram por fim das árvores, a visão os paralisou.
Diante deles estava uma praia escondida, cercada por falésias cobertas de vegetação espinhosa. As areias eram finas, quase prateadas sob a luz difusa do céu nublado. O mar ali era quieto demais, como se também estivesse segurando o fôlego.
E no centro da praia, o portal.
Imenso. De pedra irregular, coberta de musgo, cicatrizado pelo tempo. Parecia ter emergido da própria terra. Ao seu redor, a névoa dançava, subindo como fumaça encantada.
Dylan parou bruscamente.
— Isso não estava aqui antes. Ninguém constrói algo assim sem que o mundo saiba.
Marcus, boquiaberto, murmurou:
— A névoa… parece viva.
Jonas sacou o diário. As páginas começaram a se agitar por conta própria, como se ansiosas. Palavras surgiam, escritas com uma tinta escura e vibrante, como se o próprio portal estivesse ditando os versos.
Ele leu em voz baixa, com a respiração presa:
“Onde a névoa for espessa e o silêncio profundo,
As vozes antigas falarão novamente.”
Um arrepio correu pelas costas dos três.
Dylan deu um o para trás.
— Jonas… você sabia disso? Sabia que ia encontrar isso?
Jonas respondeu sem encará-lo:
— Eu… não sabia. Mas acho que sempre senti que algo me esperava aqui.
O mar ficou mais agitado por um instante. A brisa tornou-se fria, cortante. As runas na pedra começaram a brilhar em roxo, pulsando como um coração vivo.
![O livro e os amigos! [CAPÍTULO UM]-[B]Capítulo Um: O portal de Névoa.
A névoa os envolvia como um véu espesso, azul-acinzent](https://image.staticox.com/?url=http%3A%2F%2Fpm1.aminoapps.vertvonline.info%2F9387%2Fb2d4d049c9876e954c2e20f60a8e03ba4196dcebr1-853-1280v2_hq.jpg)
Dylan, com os punhos cerrados, disse:
— Isso não é uma descoberta, é uma armadilha.
Marcus, hipnotizado, deu um o à frente.
— Ou talvez seja um chamado…
E então, do centro da estrutura, um som ecoou. Um sussurro profundo, vindo de todos os lados e de lugar nenhum:
“Vocês retornaram…”
O sussurro ecoou pela praia como um trovão abafado, embora sua voz fosse suave como seda.
“Vocês retornaram…”
Jonas quase deixou o diário cair. Seu corpo inteiro estremeceu, como se reconhecesse aquela voz, mas sem saber de onde.
Marcus deu um o à frente, os olhos fixos no brilho púrpura das runas.
— É como se… estivesse vivo. Como se o portal estivesse nos reconhecendo — disse, maravilhado.
Dylan, no entanto, se adiantou, empurrando Marcus para trás com o braço.
— Ninguém toca em nada. Isso não é normal. Nada disso é normal.
A areia sob os pés deles começou a vibrar, levemente. Pequenos redemoinhos de névoa subiam ao redor do portal, tomando formas breves de rostos distorcidos, com expressões de dor, saudade ou raiva. As figuras sumiam quase no mesmo instante em que surgiam.
Jonas apertou o diário contra o peito.
— O livro… está queimando — disse, erguendo as mãos e mostrando que as bordas das páginas estavam ficando negras, como se o tempo estivesse correndo ao contrário nelas.
Dylan encarou Jonas.
— Fala agora. O que tem nesse livro que você não contou pra gente?
Jonas hesitou. Seus olhos estavam cheios de culpa e temor.
— Meu avô… ele não estava apenas estudando essas runas. Ele as selou. Ele descobriu esse lugar, mas não conseguiu destruí-lo. Só escondeu. E o livro é… a chave.
Silêncio.
O mar rugiu uma vez, forte. Uma onda quebrou contra a base do portal, mas não deixou sequer um respingo — a água evaporou no ar, transformando-se em névoa.
Dylan, furioso, se aproximou de Jonas.
— Você nos trouxe aqui pra abrir isso?
— Eu não sabia! — Jonas gritou. — O diário só começou a escrever sozinho quando nos aproximamos da floresta!
Marcus tocou o próprio peito. Seu colar, um presente de infância da mãe, brilhava fracamente com a mesma luz púrpura das runas. Ele não entendia o motivo, mas sentia uma ligação — uma familiaridade inexplicável.
— Alguém… ou alguma coisa quer que entremos — disse, como se hipnotizado.
Dylan gritou, tentando impedi-lo:
— Marcus, para! Você não tá vendo que isso é uma armadilha?
Mas era tarde demais.
Marcus tocou uma das pedras na base do portal. As runas explodiram em luz, a névoa girou como um redemoinho furioso, e a areia se afastou sob seus pés, revelando um círculo esculpido com mais símbolos no chão.
O ar ficou mais denso. Tudo ficou em silêncio — como se o mundo prendesse o fôlego.
E então…
O portal se abriu.
Não como uma porta. Mas como um rasgo na realidade. Além do arco de pedra, havia agora outro lugar — um céu escuro e estranho, com estrelas imóveis, campos dourados de alecrim balançando lentamente ao vento, e uma cidade distante envolta por colunas de fumaça e gritos abafados.
Jonas, com o rosto pálido, sussurrou:
— Isso não é o mundo como conhecemos…
Dylan recuou, o olhar dividido entre os dois amigos.
— Se entrarmos… não tem volta. A gente sabe disso.
Marcus sorriu, melancólico.
— Talvez nunca tenha tido.
E então, como se uma força invisível os empurrasse, os três atravessaram o portal juntos.
A névoa os engoliu.
O silêncio voltou.
E o portal… desapareceu.
Continua...
![O livro e os amigos! [CAPÍTULO UM]-[B]Capítulo Um: O portal de Névoa.
A névoa os envolvia como um véu espesso, azul-acinzent](https://image.staticox.com/?url=http%3A%2F%2Fpm1.aminoapps.vertvonline.info%2F9387%2F47ec15ec39847a19d5ebcf6c55e797d734e69eder1-853-1280v2_hq.jpg)
Comment