Festa junina: fogueira, quentão, milho verde, caldos. Definitivamente é minha época preferida do ano! Acredito que a maioria de vocês deve ter ciência que grande (se não todas) as festividades cristãs vem de costumes pagãos e a festa junina não é exceção. Na Europa, o solstício de inverno marcava o início de diversas festividades ligadas a agricultura e fertilidade, estão entre estes povos os celtas da qual deriva o Yule, que seria uma reconstrução da festividade celta.

Mesmo no Brasil havia comemorações deste solstício. Antes da chegada dos portugueses os índios realizavam importantes rituais no mês de junho. Com a chegada dos jesuítas os costumes se fundiram , como por exemplo o fato de haver a forte presença de alimentos nativos nas comemorações da festa junina.
O dia 24 de junho, que era o dia mais longo do ano,
expressa o auge do convívio, da fertilidade e da alegria; é o momento de se alimentar com guloseimas e de se purificar saltando sobre uma fogueira em
que se atiram substâncias com efeitos sobrenaturais. As festas de solstício,
consagradas pela sabedoria pagã e pela filosofia grega, marcam a comunhão
com a ordem universal, externa ao domínio humano. Os gregos festejavam os
solstícios com bebedeiras homéricas e orgias dionisíacas.
São João (que é festejado no Brasil com fogueiras, quadrilhas, comida, bebida, danças, jogos e adivinhações) provavelmente rejeitaria o estilo dos
festejos criados para homenageá-lo. As festas juninas (que têm no dia de São João o seu ponto alto) são dionisíacas, celebrando o mistério da renovação da
Natureza. Em dia de São João, os convivas não se preocupam com os dogmas do catolicismo, mas em reverenciar os ciclos existenciais dirigidos por uma
ordem universal, anteriores ao cristianismo e à própria existência da espécie humana.
A festa junina nada mais é que uma festa pagã cristianizada. Seus elementos e símbolos pagãos, são uma prova do quão forte e presente é o legado que existe ainda nos dias de hoje. Muitos pagãos tentam reeconstruir antigas práticas e costumes mas a realidade é que muito ainda esta vivo sob a máscara do cristianismo.

Comments (2)
:heavy_check_mark:
Verdade