![Ciganos, um povo misterioso e fascinante-[IMG=CEY]
[BIC]Os ciganos, também conhecidos como](https://image.staticox.com/?url=http%3A%2F%2Fpm1.aminoapps.vertvonline.info%2F9203%2F58bcae491c9e882658a6374b3fca7db834d67dear1-880-1024v2_hq.jpg)
Os ciganos, também conhecidos como "roma", são um grupo étnico com uma língua e práticas culturais distintas. Eles são originários do subcontinente indiano e começaram a migrar para a Europa e o Oriente Médio cerca de 1.000 anos atrás. Historicamente, os ciganos têm sido nômades, tradicionalmente vivendo em caravanas itinerantes e conhecidos por suas habilidades como artesãos, músicos e comerciantes.
Atualmente, comunidades de ciganos são encontradas em todo o mundo, com populações significativas na Europa, nos Estados Unidos e em partes do Oriente Médio e Norte da África. As maiores concentrações estão no Leste Europeu, particularmente na Romênia, Bulgária, Hungria e Eslováquia. Nestes países, os ciganos muitas vezes são um grupo marginalizado, enfrentando desafios sociais e econômicos. Países da Europa Ocidental, incluindo Espanha e França, também têm populações notáveis de ciganos, assim como os Estados Unidos e Canadá, onde eles continuam a manter suas identidades culturais únicas.
No Brasil também há uma significativa quantidade de ciganos e descendentes. Embora não haja pesquisas com dados precisos, estima-se que existam cerca de 500 mil ciganos vivendo no Brasil.
Os ciganos são renomados por suas ricas tradições culturais, que incluem música, dança e contação de histórias, influenciando profundamente os cenários culturais dos países onde habitam. A música cigana, caracterizada por seus ritmos vibrantes e muitas vezes melodias melancólicas, contribuiu para gêneros como o Flamenco na Espanha e o Jazz Manouche na França.
Os ciganos também mantêm estruturas sociais distintas centradas em unidades familiares extensas, governadas por leis costumeiras que variam entre grupos.
Os artesanatos dos ciganos, como metalurgia, marcenaria e produção têxtil, refletem sua herança artesanal e são integrais para seus meios de subsistência econômicos. A espiritualidade desempenha um papel significativo na cultura cigana, com muitos seguindo o cristianismo ou o islamismo, entremeados com práticas espirituais animistas mais antigas. Apesar das influências modernas, muitas comunidades ciganas continuam a manter um estilo de vida nômade, um testemunho de suas raízes históricas como comerciantes e artesãos itinerantes.
Ao longo de sua história, os povos ciganos contribuíram para a diversidade cultural de cada sociedade da qual fizeram parte, apesar de enfrentarem adversidades e discriminação significativas. Sua resiliência e habilidade em manter uma identidade cultural forte e única são centrais para entender os ciganos não apenas como um povo que se adaptou a várias sociedades, mas também como um grupo distinto que influenciou profundamente a cultura global.
As festas tradicionais dos ciganos variam amplamente entre diferentes regiões e comunidades, mas aqui estão algumas das principais:
- Ederlezi: também conhecido como Dia de São Jorge, este é talvez o festival cigano mais famoso, celebrado em 6 de maio. Ele marca o início da primavera e é rico em apresentações musicais, danças e festas. É amplamente observado nos Bálcãs.
- Kali Sara: celebrado no final de setembro, este festival homenageia Sara-la-Kali (“Sara, a Negra”), venerada como santa padroeira por muitos cigano. Peregrinações são feitas à cidade sa de Saintes-Maries-de-la-Mer na Camargue, onde as festividades incluem música, dança e cerimônias rituais à beira-mar.
- Dia Internacional do Romani: embora não seja tradicional no sentido histórico, o Dia Internacional do Romani, em 8 de abril, tornou-se um dia importante para as comunidades ciganas em todo o mundo. É um dia para celebrar a cultura cigana e conscientizar sobre questões enfrentadas pela comunidade.
- Bibiya: este é um festival dedicado à santa padroeira da fertilidade e saúde. Inclui vários rituais tradicionais e é especialmente significativo para as mulheres em algumas comunidades ciganas.
- Patrin: outro evento significativo, frequentemente observado pelas comunidades ciganas, envolve deixar pequenos montes de folhas ou pedras (patrins) ao longo das rotas de viagem. Essa tradição faz parte de um festival de memória e respeito pelos ancestrais e ajuda a manter conexões com as raízes familiares e culturais.
Vale dizer que esses festivais não são apenas celebrações, mas também partes vitais da manutenção e expressão da identidade e do patrimônio cultural cigana.
Os primeiros registros de ciganos no Brasil são de 1574, quando o cigano João Torres, sua mulher e filhos foram degredados de Portugal para o Brasil. Em Minas Gerais, a presença cigana é notada a partir de 1718, vindos da Bahia, de onde chegaram deportados de Portugal.
Atualmente existem no Brasil três grupos ciganos: os Rom, os Sinti e os Calón. Cada grupo possui língua e costumes próprios. Dentro de cada grupo ainda é possível existir subgrupos. Sendo assim, o correto é denomina-los como povos ciganos.
"Há muitos pontos comuns entre os povos ciganos que nos ligam e nos levam esse nome de cigano como genérico. Assim como os povos indígenas são chamados de indígenas, um leque de etnias, os povos ciganos são da mesma forma", explica Aluízio de Azevedo, cigano da etnia Calón, jornalista e pesquisador das comunidades ciganas.
A etimologia do termo “cigano” é incerta e controversa. Existem várias teorias sobre a origem da palavra, mas nenhuma é definitiva. Algumas das teorias mais aceitas são:
Da palavra “egípcio”: quando os ciganos começaram a chegar à Europa Ocidental, no século XIV, foram erroneamente associados ao Egito. Os primeiros viajantes e observadores europeus pensavam que eles vinham de lá, então aram a chamá-los de “egípcios” ou “gitanos”, uma corrupção de “egípcios”.
Do latim medieval, ciganus: significa “nômade” ou “viajante”. Usada para descrever os ciganos devido ao seu estilo de vida itinerante.
Do grego, atsínganos: significa “impuro” ou “intocável”. Poderia ser uma referência às práticas religiosas ou culturais dos ciganos que eram vistas como estranhas ou diferentes pelos povos europeus.
Do persa, zigeuner: significa “comedor de carne de porco”. Essa palavra pode ter sido usada pejorativamente pelos persas para descrever os ciganos, que supostamente não seguiam as leis dietéticas islâmicas.
É importante observar que nenhuma dessas teorias é conclusiva, e a verdadeira origem da palavra “cigano” ainda não foi definitivamente estabelecida. Além disso, o termo é muitas vezes considerado pejorativo ou ofensivo por alguns membros da comunidade romani, que preferem ser chamados pelo nome de seu próprio grupo étnico.
A família é o centro da vida social cigana. A estrutura familiar geralmente é extensa e multigeracional, com várias gerações vivendo juntas ou em proximidade física. O respeito pelos pais e idosos é fundamental na cultura cigana, e as decisões importantes geralmente são tomadas em consulta com os membros mais velhos da família.
A sociedade cigana frequentemente opera com uma estrutura hierárquica, em que os anciãos e líderes comunitários têm influência significativa nas decisões e na resolução de conflitos. O respeito pela autoridade é valorizado e esperado.
A tradição desempenha um papel central na vida social dos ciganos, e as práticas culturais e rituais são valorizadas e respeitadas. Isso inclui celebrações religiosas, festivais, músicas, danças e outras expressões culturais que são transmitidas de geração a geração.
A solidariedade entre os membros da comunidade cigana é uma parte fundamental da vida social. Os ciganos, muitas vezes, se apoiam mutuamente em tempos de necessidade, compartilhando recursos e oferecendo apoio emocional e prático uns aos outros.
A religião entre os ciganos é diversificada e pode variar amplamente entre diferentes grupos e regiões. Existem muitos ciganos que se identificam como cristãos, e sua prática religiosa pode variar de acordo com a denominação cristã predominante na região.
Alguns ciganos seguem o catolicismo, enquanto outros são protestantes ou ortodoxos. Eles podem incorporar elementos de sua cultura e tradições em suas práticas religiosas, como cerimônias de casamento ou funerais.
Em algumas regiões, especialmente na Europa Oriental e na Ásia Central, existem comunidades ciganas que são muçulmanas. Elas seguem os ensinamentos do islã e observam seus rituais religiosos, como as cinco orações diárias, o jejum durante o Ramadã e a peregrinação a Meca.
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[BIC]Os ciganos, também conhecidos como](https://image.staticox.com/?url=http%3A%2F%2Fpm1.aminoapps.vertvonline.info%2F9203%2Fa819adbcdcfd1744a4728fd97e5dd83aab761429r1-472-723v2_hq.jpg)
Algumas comunidades ciganas mantêm suas tradições religiosas hindus, refletindo suas origens na Índia. Elas podem praticar rituais, adorar divindades e seguir costumes e festivais hindus. Outros ciganos têm crenças espirituais que incorporam elementos de várias tradições religiosas, bem como crenças e práticas específicas da cultura cigana. Isso pode incluir crenças em magia, superstição, cura espiritual, leitura de cartas de tarô e outros métodos de adivinhação.
Em algumas comunidades ciganas, há um sincretismo religioso, no qual elementos de diferentes tradições religiosas são combinados ou mesclados para formar uma prática religiosa única. Por exemplo, pode-se combinar elementos do cristianismo com crenças espirituais ciganas.
A economia entre os ciganos é historicamente caracterizada por sua adaptabilidade e pela combinação de diferentes formas de subsistência. Uma parte significativa da economia cigana historicamente envolveu trabalho sazonal, como colheita de frutas, agricultura temporária ou trabalho em feiras e mercados.
Além disso, muitos ciganos são hábeis artesãos, produzindo uma variedade de produtos artesanais, como joias, roupas, tapetes, cestas e ferramentas. A tradição de comércio e a negociação são fortes entre os ciganos. Eles frequentemente se envolvem em negócios itinerantes, vendendo produtos artesanais, roupas, utensílios domésticos e outros bens em feiras, mercados ou diretamente nas comunidades onde viajam.
Devido à marginalização social e econômica enfrentada por muitos ciganos ao longo da história, a economia informal desempenha um papel significativo em suas vidas. Isso pode incluir atividades como coleta de lixo, reciclagem, venda de mercadorias usadas ou outras formas de trabalho informal para sustentar suas famílias.
A educação dentro das comunidades ciganas pode variar significativamente dependendo da região, das práticas culturais e das políticas educacionais do país em questão. No entanto, há alguns padrões e desafios comuns que muitas comunidades enfrentam em relação à educação.
Historicamente, muitas comunidades ciganas enfrentaram barreiras no o à educação, devido a fatores como pobreza, discriminação, segregação e falta de infraestrutura educacional adequada em áreas onde vivem. Isso pode resultar em altas taxas de analfabetismo e baixos níveis de escolarização.
Algumas comunidades ciganas têm tradições culturais que valorizam a aprendizagem informal e a prática sobre a educação formal. Isso pode significar que algumas famílias priorizam habilidades tradicionais, como artesanato, música ou negócios familiares, em vez de educação formal.
O estigma e a discriminação enfrentados por muitas comunidades ciganas podem criar um ambiente hostil nas escolas, o que desencoraja a participação e o engajamento dos alunos ciganos. Isso pode levar ao abandono escolar precoce e à falta de o a oportunidades educacionais.
O idioma romani é uma língua importante na cultura cigana, embora sua forma e dialetos possam variar significativamente entre os diferentes grupos ciganos ao redor do mundo. O romani pertence ao ramo indo-iraniano da família linguística indo-europeia. Além do romani, os ciganos, muitas vezes, falam as línguas dos países onde vivem.
Ao longo da história europeia, os ciganos foram frequentemente alvo de preconceito, discriminação e perseguição. Rotulados como estrangeiros, vagabundos, feiticeiros e criminosos, foram sujeitos a leis que restringiam sua liberdade de movimento, religião e trabalho.
Apesar das adversidades, os ciganos conseguiram preservar sua cultura, língua, tradições e identidade étnica ao longo dos séculos. Transmitiram essas características de geração a geração, mantendo uma rica tradição em música, dança, arte, artesanato, mitologia e crenças espirituais.
Atualmente, os ciganos estão espalhados por todo o mundo, com comunidades em muitos países da Europa, América do Norte, América do Sul, Ásia e outras regiões. No entanto, continuam a enfrentar desafios sociais, econômicos e políticos, incluindo discriminação, exclusão social, pobreza e falta de o a serviços básicos.
A história dos ciganos é uma história de resiliência, adaptabilidade e luta por reconhecimento e igualdade de direitos, destacando a importância de se compreender e respeitar sua cultura e identidade.
Os ciganos frequentemente enfrentam discriminação e preconceito em várias formas, incluindo o desigual à educação, ao emprego, à moradia e a serviços de saúde de qualidade. Estereótipos negativos e percepções equivocadas sobre sua cultura e identidade contribuem para essa discriminação.
Muitas comunidades ciganas enfrentam exclusão social, sendo marginalizadas e isoladas do restante da sociedade. Isso pode resultar em falta de oportunidades de emprego, educação inadequada e o limitado a serviços básicos.
A pobreza é um problema significativo entre os povos ciganos, com muitas famílias vivendo em condições precárias de moradia, com o limitado a água potável, eletricidade e saneamento básico. A falta de oportunidades econômicas contribui para essa situação.
Em muitos países, os ciganos enfrentam segregação e desigualdade sistêmica, com políticas que os discriminam e os colocam em desvantagem em comparação ao restante da população. Isso pode incluir políticas habitacionais que os colocam em assentamentos precários ou a segregação em escolas e locais públicos.
Os ciganos também enfrentam altos índices de violência e assédio, tanto por parte de indivíduos quanto de instituições. Isso pode incluir ataques físicos, ameaças verbais, discriminação no sistema judicial e violência policial.
Os ciganos foram perseguidos durante a formação das Monarquias Nacionais na Europa, pois aqueles que não eram católicos eram expulsos. Essa medida atingiu igualmente judeus e muçulmanos.
Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os ciganos foram perseguidos e confinados em campos de concentração nazistas. Calcula-se que 250 mil ciganos tenham sido mortos neste período, especialmente na Croácia, onde a população quase foi exterminada.
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[BIC]Os ciganos, também conhecidos como](https://image.staticox.com/?url=http%3A%2F%2Fpm1.aminoapps.vertvonline.info%2F9203%2F85799bd63c6d8a8bb55aecbbed34454105206b47r1-762-1016v2_hq.jpg)
Fonte:https://www.google.com/amp/s/m.brasilescola.uol.com.br/amp/historiag/ciganos.htm
Comments (3)
Parabéns. Muito bom. Já fazia falta os blogues da Emperatriz.
Muito obrigada :purple_heart: :purple_heart:
Um povo fascinante.