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[c]Preciso dizer que eu apaguei essa história, recup](https://image.staticox.com/?url=http%3A%2F%2Fpm1.aminoapps.vertvonline.info%2F7380%2F755ff97b6632ce8acb1d9dc729206c7223c75f9dr1-640-106v2_hq.jpg)
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Preciso dizer que eu apaguei essa história, recuperei do lixo, apaguei de novo, recuperei e aqui está. Tô aproveitando a coragem para postar de uma vez, antes que ela vá parar no lixo de novo com a mãe Lucinda.
Enfim, espero do fundo do meu coraçãozinho que você goste de ler sobre esses dois, que se perdem e se encontram um no outro.
Eu de novo não quis decidir quem é seu William, acho isso muito pessoal. Então tire print e descubra quem vai ser seu protagonista.
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[c]Preciso dizer que eu apaguei essa história, recup](https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fpa1.aminoapps.vertvonline.info%2F7367%2F61d3f929dae338cee96c3268679044446c45de26r1-560-157_hq.gif)
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:exclamation: OBS: Algumas partes estão escritas como cartas que os personagens escreveram, por isso o uso de uma ortografia mais solta!!! :exclamation:
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[c]Preciso dizer que eu apaguei essa história, recup](https://image.staticox.com/?url=http%3A%2F%2Fpm1.aminoapps.vertvonline.info%2F7380%2F6db4f8f78afcc7d972206c73bc816e75fe31ba34r1-640-108v2_hq.jpg)
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Capítulo O1
O1.O9 • Quarta-feira
Hey Will, hoje está chovendo e eu só consigo pensar se isso também é culpa minha. É estranho eu sentir como se cada gota que bate no chão, me queima por dentro? Talvez estranho nem chegue perto de definir isso, talvez eu tenha que criar uma nova palavra para o que eu sou. O que eu sou... Já parou para pensar nisso?
Eu sempre quis ser tantas coisas, teve uma vez que pintei uma caixa inteira de vermelho, entrei dentro e disse que ia seguir meus sonhos sendo caminhoneira. Acho que teria sido bom dirigir por aí em um transformer não? Eu gosto mais de mim caminhoneira do que a não caminhoneira que me tornei.
Fui ao cinema com a Layla ontem — não, não fomos de caminhão —, foi divertido, comi meu doce favorito, aquele que é todo colorido, sabe? Já falei dele para você, o estranho — preciso de uma nova palavra —, é que até ele perdeu a cor. Me tornei cinza Will, e eu sempre gostei de cinza.
Mas esse é diferente, esse cinza me machuca, do mesmo jeito que as gotas de chuva. Elas me lembram que eu chorei ontem, e agora escrevendo para você, eu lembro que também vou chorar hoje, todos os dias são assim, então acho que é isso que eu sou hoje, né? Cinza.
O5.O9 • Domingo
Hey Will, hoje é domingo, pé de cachimbo, etc, etc... Acordei com energia, bebi mais café, então dobrei as moedinhas da agitação. Não está chovendo, é um belo dia na verdade, bom... Quando está sol significa que está bonito né? É o que dizem por aí.
Ontem eu não me lembro de adormecer, não me lembro de ter sonhos. Só sei que fechei os olhos, e quando abri estava bonito, vulgo com sol. Eu gostei de não lembrar Will, não lembrar também é bonito, certo? Para mim é, porquê significa que pelo menos eu dormi. Não foi como os outros dias em que eu não conseguia desligar o interruptor dos meus pensamentos; não foi cheio de pesadelos com pequenos cochilos entre eles, foi sol. Ai meu deus Will, acordei poeta. É isso que dias bonitos fazem com a gente?
11.09 • Sábado
Está cinza Will, muito, muito cinza hoje.
20.O9 • Segunda-feira
Hey, Will, certo? Deu para ouvir eu suspirando daí? Enfim, acho que hoje é um dia bonito, mas eu não sinto, só me incomoda. O estranho — ainda não pensei em outra palavra —, é que os dias cinzas também me incomodam, irritam minha pele, me fazem suar, depois me dão muito, muito frio. Tem dias que eu não sinto nada, e esses são os melhores, os dias de paz. Eu não sinto felicidade quando estou sorrindo, eu não me sinto triste quando estou chorando todas as noites. Na verdade, eu não sei porquê ainda choro, acho que uma parte dentro de mim ainda sente, mesmo nos dias em que 90% de mim apagou as luzes.
24.O9 • Sexta-feira
Acordo cedo como sempre, escovo os dentes e como uma vasilha bem cheia de cereal com leite. Prendo meu cabelo com um lápis que achei na bancada da cozinha, e é isso, estou pronta para mais um dia.
O ônibus se atrasa, isso me deixa ansiosa pensando que vou ter que ar no corredor cheio da escola, caso eu demore demais. Não tem bancos vagos, então eu vou em pé, está muito cheio, me sinto sufocada.
Chegou na minha parada, mas eu não dei sinal, porquê não consigo me mexer, não quero me mexer. Será que estão pensando que me vesti mal hoje? Eu vi uma senhora olhando estranho para os meus tênis, eu sabia que deveria ter vindo com o outro.
Dois pontos depois da escola já aram, que ótimo vou ter que andar ainda mais, e com esses tênis estranhos. Alguém dá sinal e eu desço junto, pelo menos não ei por isso sozinha. Três pontos depois da escola, tudo bem.
Começou a chover, sinto a água encharcando meu tênis por dentro. Um carro a em cima de uma poça bem do meu lado, e agora os tênis não são o problema maior. Quero chorar, me sinto estúpida, não deveria ter saído, ou então eu poderia ter acordado mais cedo, burra, burra. Minhas lágrimas escorrem, mas as gotas de chuva dessa vez me ajudam a escondê-las.
Abaixo a cabeça e continuo andando, já cheguei até aqui. Minhas mãos tremem, então as enfio dentro do casaco. Minhas lágrimas não param, mas o sabor salgado delas me conforta, me lembram de mim. Me lembram de todas as noites, tardes e dias, em que estiveram comigo. Aperto ainda mais o o, até que estou quase correndo.
Alguma coisa grande bate em mim, sinto a alça da mochila cair, ouço meus livros batendo no chão molhado. Minha cabeça doí do impacto, mas eu só consigo pensar no quanto meus tênis estão encharcados, assim como os meus livros agora.
Começo a catar minhas coisas do chão, meus livros pingam, meu estojo foi parar no meio da rua e consigo vê-lo dez segundos antes de ser esmagado por um caminhão — karma, não? Incrivelmente as lágrimas param, estou agindo no automático, aceitando que deu tudo errado, porquê eu já sabia que ia ser assim. Eu sabia. Estou toda encharcada, fios de cabelo agarram e coçam meu rosto, alguém se abaixa do meu lado, um menino, ele fala, mas eu não entendo, não ouço, não quero ouvir.
Ele me entrega um caderno ainda mais encharcado, ótimo. Pego, mas ele não larga, levanto os olhos para implorar para que solte, que me deixe ir; que me deixe não sentir. Seus olhos são questionadores, será que ele também não gostou do meu tênis? Ele olha para mim como se tentasse me entender, que bom, talvez ele possa me explicar então.
Ele diz meu nome e dessa vez eu ouço, porquê a voz dele me arrepia.
– Hannah...
Hey Will, você por aqui? E então eu pego o caderno e corro. Corro porque o sol dele machuca meu cinza; corro porque não quero sentir nada além de nada. Não quero dias bonitos, quero luzes apagadas, e não a esperança que ele me trás, porquê ela é como um farol no meu quarto escuro. E eu não estou pronta para me acostumar com a luz, só para perdê-la de novo.
2 anos atrás • Numa quarta-feira qualquer
~ Will pov ~
– Bom dia Helen.
– Bom dia menino William, sua mãe está na ala 5 esperando por você.
Levanto o saco com as marmitas que eu trouxe.
– Por mim não, pelo macarrão sim.
Helen sorri, enquanto o pelas portas da ala cinco do hospital Santa Helena. Minha mãe é enfermeira aqui há quase um ano, morávamos em Ohio antes, mas meu pai foi transferido, então Atlanta agora é a nossa casa.
Atravesso os corredores sem nem pensar muito, já que quase todos os dias estou por aqui. Primeira esquerda, depois duas direitas e então a segunda porta à esquerda, lá é a onde eu encontro minha mãe todos os dias. Às vezes cochilando sentada; às vezes ouvindo música e cantando de olhos fechados, de todos os jeitos ela sempre sorri quando me vê entrando, e então me pergunta como foi a caminhada até ali, se eu encontrei alguma coisa diferente no caminho, e coisas do tipo.
Viro a segunda direita andando um pouco mais rápido, porquê acabei de lembrar que encontrei um velhinho na rua hoje muito parecido com o Stan Lee, preciso contar isso para ela. Assim que levanto os olhos, sorrindo só de pensar no que minha mãe vai falar sobre, vejo uma menina agachada no chão, seu cabelo é uma cortina cobrindo seu rosto, seu corpo sacode com o choro, mas ela não faz um barulho se quer, como se estivesse tentando ser invisível.
Olho para a marmita na minha mão e para a porta onde minha mãe deveria estar. Deveria, porquê assim que olho de novo para a menina, ela não está sozinha, minha mãe está agachada junto dela, segurando um copo de água. Mas a menina nem a olha, ela se encolhe mais; ela se abaixa mais; ela se esconde mais. Ouço minha mãe dizer:
– Hannah, respira.
Hannah, a menina que mora do nosso lado, e é só isso que sei sobre ela. Trocamos um ou dois bom dias e só, ela quase não sai de casa e eu quase não estou em casa. Ela parece ser quieta e eu sou ligado em pilhas infinitas.
Me aproximo mais até que estou agachado do lado da minha mãe. Não falo e nem me mexo muito rápido, não quero a deixar assustada. Sinto minha mãe me olhando, mas não desvio os olhos dela, não sei porquê, mas preciso ver por trás das cortinas, nunca tive a chance de vê-la assim tão de perto.
Hannah levanta só um pouco a cabeça, seus olhos encontram os meus. Suas mãos tremem e eu sinto um desejo de poder conforta-la, segurar ela bem apertado, até que a gente se encolha juntos; até que a quietude dela se alinhe com a minha agitação, mas eu não me
mexo, nem ela.
Ela volta a abaixar a cabeça, sua respiração é pesada, como se cada partícula de ar machucasse. Não Hannah, olha para mim de novo, respira. Ela não se mexe, seu corpo treme ainda mais. Dessa vez ouço um pequeno soluço, ela levanta só um pouco a cabeça, não me olha, mas eu vejo que seu braço está molhado.
Aproximo minha mão devagar e seguro seu dedo mindinho no meu. Ela olha para o nosso entrelaçado infantil, nossa promessa não feita.
– Você quer um picolé? Eu toparia um de uva. – Minha voz sai quase como um sussurro.
Sim, meu cérebro com certeza estava longe. Seus olhos se juntam aos meus de novo, eu respiro bem fundo e aperto um pouco mais nossos dedos juntos. Ela me deixa nervoso e eu não tenho a mínima ideia do porquê. Descanso minhas pernas e me ajeito na frente dela, seus olhos não se escondem de novo, eles brilham das lágrimas que ainda escorrem pelas bochechas. Nossos dedos continuam juntos, ela descansa a cabeça na parede e fecha os olhos, ficamos assim por uns dez minutos.
Minha mãe não está mais aqui, não sei a quanto tempo ela saiu, porquê não consigo tirar os olhos de Hannah e dos nossos mindinhos confusos. Sua respiração sincroniza com a minha, sinto a tremedeira dela diminuir e a do meu coração aumentar. Parece que arrumamos um jeito de encolher juntos, certo Hannah?
– Eu...
Ela começa a falar e eu paro de respirar, porquê quero ouvir tudo com perfeição.
– Quero um picolé.
Respiro fundo e abaixo a cabeça sorrindo, ela aperta nossos dedos juntos, e é isso, uma promessa feita, coberta com picolé de uva.
Dias atuais
~ Hannah pov ~
Não Will, você não, de novo não. Sento no chão do quarto, ainda com as roupas encharcadas; ainda ardendo por dentro. Respiro fundo, vai ficar tudo bem Hannah, vai ficar tudo bem.
Fico sentada no chão, até que as roupas me incomodem demais. Será que ele voltou? Porquê? Será que vai ser para sempre dessa vez? De que importa, Hannah?
Ligo o chuveiro no quente, deixo meu corpo relaxar por um tempo. Pode parecer muito ruim, mas hoje foi uma pequena vitória interna. Se o mesmo tivesse acontecido a dois anos atrás, eu ainda estaria sentada chorando, eu não sairia do quarto por dias. Tento ignorar a parte em que Will faz parte da Hannah do ado, e que por alguns segundos ele se infiltrou no meu presente.
Saio do chuveiro, e logo me enfio em uma calça de moletom e um casaco. Deito na cama e me encolho, meus olhos viajam pelas gotas de chuva escorrendo pela porta da varanda. Meu celular vibra do meu lado, mas não me mexo. Ele vibra de novo e de novo, mensagens provavelmente da minha mãe perguntando se está tudo bem. Sim, está, claro que está... Vai ficar mãe. Ele vibra de novo, eu o pego no automático, não quero deixar ela preocupada.
Olho as mensagens de um número desconhecido, mas que eu nunca esqueci.
042 7892-6734
A gente precisa conversar.
042 7892-6734
Por favor?
042 7892-6734
Hannah?
Me assusto quando o celular treme de novo na minha mão.
042 7892-6734
Olha para mim.
Levanto os olhos e lá está ele, na minha varanda, encharcado dos pés a cabeça, segurando dois picolés de uva.
1 ano e 8 meses atrás
O5.O6 • Terça-feira
Hey Hannah, bom dia. Tenho uma missão para a gente hoje. Não adianta dizer que não, porquê você sabe que posso ser bem persuasivo, certo? Além disso, ei ontem na loja do seu George, enchi a mochila com suplementos coloridos e provavelmente péssimos para a saúde. Só para avisar, porquê acho que isso é um detalhe importante, vou estar aí 07:30, esteja pronta. Se quiser me deixar MUITO feliz, coloca a blusa amarela!
ps: por favor?
Quando termino de ler, me pego sorrindo sozinha, mais uma carta para guardar. Eu e William nos conhecemos a quatro meses atrás, desde então ele vem tomando conta dos meus dias, dos meus pensamentos, e por mais que isso me deixe aterrorizada, do meu coração.
Todos os dias, nem sempre nos mesmos horários, eu encontro uma carta dele na minha varanda. Às vezes falando sobre algum sonho que teve, sobre algo esquisito que viu na rua, sobre como ele gostou do jeito que prendi meu cabelo, e por aí vai. Elas sempre me fazem sorrir, abraçam meu coração, me deixam quente, com esperança.
Tenho uma gaveta reservada para Will e suas palavras. Tenho mais roupas coloridas no armário, porquê me sinto bonita nelas, mas Will diz que estou incrível. — Ele diz o mesmo quando as roupas também são sem cor. — Ele me diz para que eu respire fundo quando minhas luzes internas se apagam, ele junta seu dedo mindinho no meu, e então aos poucos meu corpo brilha com o dele.
Há 5 meses atrás começou meus ataques de pânico, há 6 meses eu não conseguia dormir direito, planejando cada o dos meus dias, cada detalhe para que nada saísse dos eixos. Não sei lidar com a insegurança, não sei lidar com os imprevistos. Uso casaco quase todos os dias, porquê quanto menos de mim for exposto, menos eu me sinto julgada. Faço terapia intensiva no hospital Santa Helena, foi lá onde conheci Will, meu grande imprevisto.
Já estou de banho tomado, então só abro o armário pensando no que vestir, olho para a camisa amarela e sorrio de mim mesma. 07:30 em ponto meu celular começa a tocar, atendo sem ver o nome na tela.
– Alô?
– Hey Hannah.
– Hey. – Sorrio e continuo amarrando meus tênis.
– Gostei do jeans.
Olho para a porta da varanda e lá está ele, vestindo um casaco cinza, jeans, tênis e um sorriso. Me sinto uma boba pela forma que meu corpo reage ao jeito que ele me olha, como se eu fosse a melhor parte do dia, você também é o melhor no meu Will.
Ele bate devagar no vidro e diz:
– Vai me deixar aqui fora para sempre? Cruel Hannah.
Abro a porta devagar, ele me olha da cabeça aos pés, seus olhos am devagar pela camisa amarela, vejo que eles brilham com aceitação e felicidade. Me mecho no lugar, querendo que ele fale algo, toda a intensidade me deixa nervosa.
– Respira Hannah, quero você viva nessa camisa amarela.
Eu respiro fundo e entro no quarto para pegar minha mochila. Ele me espera na varanda, acompanhando meus os de um lado para outro, como se estivesse assistindo a uma partida de tênis.
Olho ao redor para ver se não esqueci nada.
– Pronto. Para onde vamos?
– A graça da surpresa, é que ela é surpresa, sabe?
– Você é péssimo lidando com pessoas ansiosas.
– Duvido que você concorde com isso, vamos.
Ele pega minha mão e me ajuda a descer pela janela do quarto. Não sei porquê sempre pulamos ao em vez de sairmos como pessoas normais pela porta da frente, mas não quero estragar tudo isso, me sinto como se estivéssemos sempre fugindo juntos.
Sento no banco do carro enquanto abro mais o meu casaco, está sol e pular da janela me deu ainda mais calor. Ele olha para mim e sorri de lado.
– Porque o sorrisinho?
– Eu amo essa blusa.
Eu amo, eu amo, eu amo. Eu também amo tantas coisas em você Will.
– É o que todos dizem.
– Todos? A não Hannah, eu clamo ao universo para que essa blusa amarela seja usada só para mim.
– Quem disse que eu coloquei para você? Está calor e ela é fresca.
– Você está de casaco Hannah.
Ele ri e eu disfarço o meu sorriso enquanto olho para a janela. Will mantém uma velocidade constante enquanto amos pela estrada, o vento sopra meu rosto, eu inspiro aquele ar puro, me sentindo livre de todas as formas. Olho para Will, ele sorri para mim e volta os olhos para a estrada, os meus continuam nele. Vejo sua mão descansando em sua perna enquanto seus dedos batucam com o ritmo da música tocando no rádio. Quero segura-las, quero ter seu calor perto de mim, sentir nossos dedos entrelaçados.
Meu coração está acelerado só de pensar, tenho medo dele não querer; tenho medo da minha mão estar muito suada e ele se incomodar; tenho medo de ter medo. Respiro fundo e viro meu rosto de novo para a janela, tento pensar em outras coisas, deixo que o vento me conforte de novo. Até que sinto sua mão se entrelaçar a minha, ele começa a fazer pequenos círculos com seu dedo no dorso da minha mão, cada volta me deixa mais calma, meu coração se alegra. Trago nossas mãos unidas para perto e descanso meu rosto no nosso aperto, meus lábios deixam um beijo no pulso dele. Sinto Will respirar fundo, antes que eu descanse de novo nossas mãos na minha coxa.
Volto a olhar para a janela, com um sorriso que me toma por dentro e por fora. Minha outra mão brinca com a brisa que a, fazendo pequenas ondas. Tudo isso, os carinhos de Will, o vento, a liberdade. Eu nunca estive tão feliz.
Paramos num parque e arrumamos um tipo de piquinique no chão. Ele não brincou quando falou que comprou tudo de colorido que achou. Tem balas de todos os tipos, pirulitos, biscoitos cheios de corante.
– A surpresa é que você vai me tornar diabética? – Começo a rir da sua cara de indignado.
– Você magoa meus sentimentos. – Ele diz isso rindo comigo.
Will deita em cima da canga enquanto eu sento ao seu lado, com meus pés entrelaçados. Começo a contar a ele sobre um sonho que tive ontem, depois ele me conta sobre um filme que viu. Vamos ando os doces um para a outro, enquanto conversamos sobre tudo. É sempre assim com Will, fácil.
– Você ainda não me contou sobre o que sonhou ontem. – Pergunto enquanto o para ele um saquinho de Skittles.
– Você.
– Eu? Mas eu já te contei, é sua vez.
– Não, eu sonhei com você.
– Ah...
Ele me a o saquinho de volta, seus olhos brilham para mim. Ele levanta e senta do meu lado, nossas coxas estão coladas uma na outra. Meu coração bate tão forte que quase consigo ouvi-lo.
– Quer saber como foi?
Ele a a mão pelo meu braço em um carinho torturante, seus dedos sobem pelo meu pescoço, pelas minhas bochechas. Ele coloca meu cabelo atrás da orelha, minha respiração se perde, meus olhos não conseguem ver mais nada além dele, meu corpo flameja.
– Quer Hannah?
Sua voz é um sussurro misturado no vento, não sei se sou capaz de falar nada, então só balanço a cabeça dizendo que sim, querendo que me conte, querendo mais dele.
Ele se aproxima devagar, como se quisesse que eu prestasse atenção em cada movimento. Seus lábios se arrastam pela minha testa, deixando um beijo ali, depois fazem o mesmo com a minha bochecha, até que os sinto na minha orelha.
– É tudo culpa dessa blusa amarela Hannah.
E então seus lábios se colam nos meus, nós suspiramos juntos e foi assim que também nos perdemos juntos.
Dias atuais
~ Hannah pov ~
Levanto da cama devagar, com nossos olhos grudados. Will, parece que nada mudou, eu ainda anseio por abrir a porta e pular em seus braços; eu ainda me arrepio só de pensar nos beijos trocados, nos carinhos, nos segredos. Minha gaveta ainda pesa com suas cartas, que continuaram a chegar, dessa vez pelo correio, vindas de tão longe. De tão longe Will.
Estamos um de frente para o outro, apenas uma porta de vidro e a minha coragem nos separando, nos deixando cada vez mais distantes. Respiro fundo e deixo minha testa encostar no vidro, lágrimas escorrem pelo meu rosto junto com as gotas de chuva que am pelas bochechas dele, seus olhos brilham, quase como se me implorasse para que o deixasse entrar.
Eu destranco a porta e a abro, ele se aproxima, eu me afasto. Eu me afasto porquê dessa vez ele me tira o ar, porquê meu coração não brilha, ele dói, ele se encolhe. Viro de costas para ele, deixo minha cabeça cair nas minhas mãos enquanto tento organizar meus pensamentos. Assim que viro de novo, Will está mais perto, muito perto.
Sua respiração se funde com a minha, ele não está sorrindo como sempre sorria, vejo que também dói nele, bem-vindo ao clube, Will. Ele começa a falar, mas eu balanço a cabeça como um pedido para que permaneça assim, só me olhando. Quero me permitir acreditar nisso tudo, quero sentir de novo o quanto a presença dele bagunça tudo dentro de mim, meu grande imprevisto.
Coloco minha mão em sua bochecha, ele descansa o rosto nela e fecha os olhos. Começo a tirar a mão, mas ele agarra meu pulso para que eu continue ali. Seu braço me enrola pela cintura, me trazendo para perto, me abraçando com força, meu rosto em seu peito e o seu respirando fundo no meu pescoço. Ficamos assim, encolhidos juntos.
Continua...
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[c]Preciso dizer que eu apaguei essa história, recup](https://image.staticox.com/?url=http%3A%2F%2Fpm1.aminoapps.vertvonline.info%2F7380%2Fadebd8059c931a1cea3dd573fda0c814755e115ar1-640-111v2_hq.jpg)
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Espero que tenha gostado, desculpe qualquer errinho. Até os próximos capítulos! :hearts:
Música que inspirou o capítulo:
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blog autoral
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Comments (7)
Pai amado, que perfeição. Parabéns anjo, sua obra está maravilhosa, eu já amei a química deles dois e estou muito anciosa pelo próximo cap. 🧚🏻♀ :purple_heart: :fist: 🏻
omooooo, obrigada nenem, fico MUITO feliz que tenha gostado 🤧 :hearts: :pensive:
Responder para: ~ axtrid
Eu amei lindona, vou cobrar continuação viu... :eyes:
Reply to: quero te beijar)...ටිꪙꪀ᥉ꫝ᱾ᝲꪀᥱ
omooooo :hearts: 🤧
eu lendo essa obra prima:
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Reply to: who/.ㅤlelerigou
eu todinha quando vi que tinha comentário seu 🤧 :hearts: