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O Gato da Meia-Noite

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O Gato da Meia-Noite-[C]

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[C]

Dizem que gatos pretos trazem má sorte. Eu nunca acreditei nisso, até encontrar ele

Dizem que gatos pretos trazem má sorte. Eu nunca acreditei nisso, até encontrar ele. Era uma noite sem lua, o tipo de escuridão que engole tudo, exceto o brilho de dois olhos dourados que pareciam queimar na penumbra.

Eu estava voltando para casa, cortando caminho por um beco estreito. O ar estava pesado, cheirando a chuva e algo... metálico. Foi então que o vi: um gato preto, sentado no topo de um latão de lixo, me encarando. Seus olhos não piscavam, e havia algo neles, como se soubesse algo que eu não sabia. Ignorei o arrepio na espinha e continuei andando. Mas o gato pulou do latão e começou a me seguir.

Seus os eram silenciosos, mas eu podia sentir sua presença. Olhei para trás, e lá estava ele, a poucos metros, os olhos fixos em mim. "Vai embora, bicho", murmurei, mas minha voz saiu trêmula. Ele não se mexeu. Apenas inclinou a cabeça, como se estivesse... ouvindo algo.

Cheguei em casa, tranquei a porta e tentei esquecer. Mas naquela noite, o sono não veio. Cada rangido da casa parecia um aviso. Por volta da meia-noite, ouvi um arranhar na porta. Lento, deliberado, como unhas raspando madeira. Meu coração disparou. Levantei-me e espiei pela janela. O gato estava lá, na varanda, olhando diretamente para mim através do vidro. Mas agora... ele parecia maior. Seus olhos brilhavam com uma luz que não era natural, e sua sombra, projetada no chão, tinha a forma de algo que não era um gato.

Abri a cortina para ver melhor, mas ele sumiu. Aliviado, voltei para a cama. Foi então que senti. Um peso na beira do colchão. O ar ficou gelado, e um ronronar baixo e gutural encheu o quarto. Virei-me lentamente, rezando para estar sonhando. O gato estava lá, sentado no meu peito, me encarando. Mas não era só um gato. Sua boca se abriu, e uma voz que não era animal, mas também não era humana, sussurrou: "Você me viu. Agora, eu te vejo."

Acordei gritando, o quarto vazio. Nenhum gato. Nenhuma marca. Mas, desde aquela noite, ele está sempre lá. No canto do olho, na sombra do corredor, no reflexo do espelho. E toda meia-noite, ouço o arranhar na porta. Ele não vai embora. Ele está esperando. E eu sei... ele não é apenas um gato.

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